Quase 26 mil hectares foram ardidos nos incêndios este ano, significando um aumento superior a 60% em duas semanas, segundo informam os dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Até hoje, registaram-se 6.620 incêndios rurais, principalmente em zonas de mato (72%) e também em povoamentos florestais (21%) e agricultura (7%), aponta o ICNF nos dados relativos aos incêndios rurais entre 1 de janeiro e 30 de agosto.
Em apenas duas semanas, a área ardida mais que duplicou, ao aumentar 62,5% desde 15 de agosto. Segundo o relatório, até àquela data, ocorreram 5.658 incêndios rurais que deixaram 16.179 hectares com a área ardida (65% em matos, 25% em povoamentos e 10% em agricultura).
"O ano de 2021 apresenta, até ao dia 15 de agosto, o valor mais reduzido em número de incêndios e o segundo valor mais reduzido de área ardida, desde 2011", explica o documento, no qual destaca menos 47% de incêndios rurais e menos 75% de área ardida.
Note-se que esses dados não incluem o fogo que deflagrou no concelho de Odemira no dia 18 de agosto nem aquele que queimou milhares de hectares em Castro Marim.
Cerca de 25% dos incêndios registados até 15 de agosto decorreram no mês de julho, no entanto, foi em março que se verificou uma maior área ardida (6.711 hectares, o que corresponde a 41% do total de área ardida este ano).
Por distritos, o maior número de incêndios aconteceu no Porto (865), seguindo-se por Aveiro (493) e Braga (468). Quanto às áreas ardidas, Vila Real foi o mais afetado (3.627 hectares, cerca de 22% da área total ardida), Faro (2.305 hectares, 14%) e Braga (1.877 hectares, 12%).
"Do total de 5.658 incêndios rurais verificados no ano de 2021, 4.238 foram investigados (75% do número total de incêndios – responsáveis por 91% da área total ardida)", sublinha o relatório, ao frisar que em 2.987 investigações foi possível atribuir uma causa.
As mais frequentes foram o uso negligente do fogo (57%) e o incendiarismo (17%), com destaque para as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas, queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (13%) e queimadas para gestão de pasto para gado (17%).