Os motivos que nos levam a apaixonarmo-nos por uma série podem ser muito diversos: umas fazem-nos sonhar, outras transportam-nos para mundos imaginários… Há também aquelas que nos fazem tremer, chorar ou vibrar. Neste caso, o sucesso talvez se deva ao facto de todos possuirmos uma “pequena veia de inspetores” que fazem perguntas e procuram respostas.
Em 2015, tudo indicava que estaríamos perante o ponto final daquela que é uma das séries mais vistas no mundo. Mas seis anos depois de terminar, a série CSI regressa e já começou a fazer vítimas: William Petersen, conhecido pelo grande papel de Dr. Gilbert “Gil” Grissom, uma das personagens principais de CSI, foi hospitalizado a 20 de agosto, depois de se ter sentido mal durante as filmagens.
Parecia mais um dia normal de trabalho, semelhante a qualquer outro ao longo destas últimas 12 semanas, quando Peterson começou a sentir-se mal, dizendo ao realizador que precisava de uma pausa. Contudo, rapidamente ficou claro que o ator precisava de mais do que apenas descanso. “Ele está exausto das longas horas no set nas últimas 12 semanas e foi levado ao hospital como medida de precaução”, disse o seu assessor à revista People.
O representante sublinhou que a ambulância foi chamada apenas por precaução, apesar de ter sentido que o caso era o suficientemente sério para pedir auxílio e o ator foi transportado para um hospital próximo. De acordo com o TMZ o artista já teve alta e já recuperou.
O fim “Espero que em 10 anos as pessoas olhem para trás e reflitam que esta série foi revolucionária para a televisão”, disse o criador e produtor executivo Anthony E. Zuiker, em 2015, após o término da série.
No dia 27 de setembro daquele ano, soou pela última vez na televisão americana a guitarra de Pete Townshend e a voz de Roger Daltrey no clássico “Who are you?”, marcando o fim de uma era. Depois de 15 anos, 15 temporadas, 335 episódios, 39 indicações ao Emmy e seis ao Globo de Ouro, CSI: Crime Scene Investigation encerrou a sua trajetória.
Exibida em mais de 200 países, a produção americana que rendeu ainda três spin-offs e se tornou na série mais bem sucedida da televisão, despediu-se dos fãs com um telefilme de duas horas, Immortality, marcado pelo retorno dos atores William Petersen (Gil Grissom) e Marg Helgenberger (Catherine Willows) que se juntaram ao D.B Russell para uma última investigação.
“Contámos muitas histórias durante estes 15 anos e esperamos poder fazer este último episódio, Immortality, com orgulho, dizendo adeus da maneira certa”, afirmou Petersen, na altura à revista People. Já a atriz Jorja Fox sublinhava que esse seria “uma carta de amor para os fãs”, desejando que estes se lembrassem dos atores como os amigos que os tinham acompanhado nos serões em frente à TV.
A verdade é que a série vinha a perder espaço e audiências. Os seus episódios, que chegaram a atrair mais de 30 milhões de espectadores só nos Estados Unidos em meados da década passada, registaram uma queda vertiginosa de audiência: entre 2010 e 2015, a série perdeu quase 40% da audiência nos Estados Unidos. Segundo dados do sistema de medição de audiência Nielsen, a última temporada teve uma média de 8 milhões de pessoas por semana e quase foi cancelada prematuramente.
Nessa altura, Anthony E. Zuiker chegou a afirmar em entrevistas que ficaria muito frustrado caso a série fosse cancelada após o episódio final da 15ª temporada, exibido em fevereiro: “Já tínhamos conversado sobre o fim da série, por isso não fiquei surpreendido! Só queria que a série terminasse num momento em fizesse sentido, em vez de ir além do que deveria (o que seria mais prejudicial do que útil). Acho que esta é a hora certa”, contou o responsável pela produção.
“Por isso, foi muito importante conseguir oferecer um final adequado e trazer a maior quantidade possível de atores de volta. Trabalhámos para que este episódio soasse como se a série estivesse destinada a terminar assim desde o início”, acrescentou Zuiker a propósito de Immortality.
O tão esperado regresso Em fevereiro de 2020 surgiram rumores de que a CBS estaria a preparar uma nova sequela, de forma a celebrar os 20 anos da série original CSI. Contudo, devido à pandemia, os planos foram obrigatoriamente adiados e só no dia 31 deste ano é que o acontecimento se tornou oficial: CSI vai efetivamente regressar aos ecrãs e terá, uma vez mais, como pano de fundo a cidade do pecado – Las Vegas.
Com o título de CSI: Vegas, este novo projeto será uma sequela da primeira série, CSI: Crime Scene Investigation, e não de qualquer um dos seus spin-offs: CSI: Miami, CSI: New York e CSI: Cyber. Além disso, não será uma minissérie, mas sim uma série com uma formato normal e, portanto, com possibilidade de várias temporadas.
Com ela retornarão as estrelas de CSI, William Petersen e Jorja Fox , lado a lado com Paula Newsome, Matt Lauria, Mel Rodriguez e Mandeep Dhillon.
A série foi escrita pelo argumentista Jason Tracey, em conjunto com a CBS Studios e o produtor de televisão e cinema americano Jerry Bruckheimer. Dela fará também parte um outro membro do elenco especialmente acarinhado pelos fãs: Wallace Langham, que recuperará a sua personagem David Hodges.
O que haverá de novo? Conforme descrito pela CBS, a nova série seguirá “uma nova equipa de brilhantes investigadores forenses que recebem de volta velhos amigos, implantando novas técnicas para preservar e servir a justiça na Sin City”, enquanto enfrentam uma “ameaça existencial que pode derrubar o Laboratório Criminal”.
“Há 21 anos atrás lançámos o CSI, uma nova série cinematográfica que fez nascer um género inteiro e inovador que ainda tem ressonância global hoje”, disse Kelly Kahl, presidente da CBS Entertainment, à revista norte-americana Deadline.
“Estamos entusiasmados em dar as boas-vindas à próxima geração de criminalistas forenses unindo-os aos personagens lendários do passado que ainda amamos, incluindo os extraordinários Billy Petersen e Jorja Fox”, declarou. O presidente sublinhou estar ansioso para ver a união entre o “drástico avanço da tecnologia de combate ao crime e a clássica narrativa de CSI”: “Mal podemos esperar para ver esta nova equipa do CSI fazer o que faz melhor: seguir as evidências”, admitiu.
Jerry Bruckheimer partilha o mesmo entusiasmo: “Estou animado por trazer de volta esta série e oferecê-la a todos os nossos fãs, que foram tão leais ao longo de todos estes anos”, frisou. “E estar de volta a Las Vegas, onde tudo começou há mais de 20 anos, torna tudo ainda mais especial. Gostámos de trabalhar neste projeto com a CBS e estamos ansiosos para receber de volta Billy, Jorja e Wallace que se juntam a um novo grupo de atores talentosos em CSI: Vegas”, acrescentou. A série vai estrear no dia 6 de outubro na CBS.
Mais sobre a série CSI: Crime Scene Investigation estreou no dia 6 de outubro de 2000 nos EUA. A série é toda centrada nas investigações do grupo de cientistas forenses do departamento de criminalística da polícia de Las Vegas, Nevada. Os cientistas desvendavam crimes e mortes em circunstâncias misteriosas e pouco comuns.
Devido ao grande sucesso da fórmula, três spin-offs (histórias derivadas) de CSI foram criadas: CSI: Miami, CSI: NY e CSI: Cyber. O primeiro, em Miami, foi ao ar no dia 9 de maio de 2002, durante o episódio Cruzando Jurisdições (um episódio conjunto entre os investigadores de Las Vegas e Miami).
Da mesma forma, o lançamento de CSI: NY, no dia 17 de maio de 2004, deu-se num episódio conjunto entre os investigadores de Miami e Nova Iorque, apelidado MIA/NYC NonStop. O último spin-off da série, CSI: Cyber, foi para o ar a 18 de fevereiro de 2014, mas teve apenas duas temporadas, acabando em março de 2016.
A série foi a primeira do ranking dos programas mais assistidos dos EUA em junho de 2005, conquistando 60 milhões de pessoas e alcançando um milhar de milhão de dólares para a CBS. Para além disso, CSI foi quebrando vários recordes ao longo da sua transmissão: a abertura da décima temporada, por exemplo, foi a mais cara da história, custando cerca de quatrocentos mil dólares. CSI foi ainda a série mais vista no mundo durante sete anos (entre 2006 e 2013).