Afinal, 2021 ainda poderá ter um grande festival de música. Ou é pelo menos esta a convicção de Marco Polónio, diretor-geral da Malpevent, a empresa por detrás da organização do Authentica, o “primeiro” grande festival de música de inverno em Portugal, segundo o batiza o responsável.
Entre 10 e 11 de dezembro, artistas nacionais e internacionais vão ocupar os quatro palcos instalados no recém-remodelado Altice Forum, na cidade de Braga. Entre eles, Kodaline, Rag'n'Bone Man, Zara Larsson, James Bay, Luisa Sonza, De La Soul, Nothing But Thieves, Rels B, Profjam, Mala Rodríguez, Mundo Segundo & Sam The Kid, Jimmy P, Dino D’Santiago e 1Kilo.
Este é um festival cuja identidade é variada, passando do Hip Hop ao Pop e ao Rock. Uma imagem que o próprio Marco Polónio defende, em declarações aos jornalistas, garantindo que se trata de um festival dedicado a um público abrangente. A opinião é partilhada por Edmundo Silva, também conhecido como Mundo Segundo, que é cabeça de cartaz deste festival, e que aponta para o facto de o festival acontecer perto da época do Natal como uma das razões que vão de mãos dadas com o variado grupo de géneros musicais incluídos no cartaz do festival.
"Tocar nestas condições [com limitações pandémicas] é diferente, ganha-se e perde-se. Claro que a malta não pode dançar e aí perde-se, mas o facto de estarem sentados fá-los ouvir melhor as letras, e aí também se ganha muito", comentou.
São 15 mil metros quadrados de recinto, dividido em quatro palcos e várias zonas temáticas, com capacidade para 25 mil visitantes, dos quais 18 mil lugares estarão à venda ao público. “Podíamos ter 25 mil pessoas, mas só vamos vender 18 mil lugares”, referiu Marco Polónio na apresentação à comunicação social, onde passeou pelos vários espaços do festival, que estarão dedicados às mais variadas atividades, desde, claro, a música, até à street art, comida de rua, e até um espaço dedicado ao “bem-estar”, que dará aos festivaleiros a oportunidade de tratar do seu cabelo, ou até mesmo fazer uma tatuagem. Porque afinal de contas, quem é que alguma vez se arrependeu de uma tatuagem feita durante um festival?
Para além destas opções de divertimento, o festival terá uma zona de "memórias", onde os festivaleiros poderão deixar comentários e dedicatórias numa enorme parede digital.
Um festival de inverno é um conceito pouco comum em Portugal e o Authentica quer mudar isso. Se tudo correr bem, afirma Marco Polónio, a calendarização do festival é para se manter sempre no mês de dezembro ao longo dos próximos anos, afastando a hipótese de que o festival tenha sido marcado para esta época unicamente devido ao contexto pandémico.
Na apresentação deste evento, o dirigente da Malpevent começou por lançar acusações certeiras, e por deixar claro que não há dúvidas na mente dos organizadores do Authentica: em dezembro, será possível levar a cabo um festival desta dimensão, acreditando que, nessa altura, 85% da população portuguesa estará completamente inoculada contra a covid-19. Uma marca do processo de vacinação, recorda o mesmo, em que “o primeiro-ministro António Costa prometeu que avançaria com a terceira e última fase de desconfinamento, quando seriam levantadas todas as restrições nos recintos dos eventos”. “Nós acreditamos que vai acontecer. Queremos acreditar que o Governo é uma instituição de palavra”, assegurou, sem hesitar, Polónio.
Junto do dirigente da Malpevent esteve também o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, que reforçou acreditar que este evento “de referência” será de grande importância para incluir Braga “no mapa dos grandes festivais a nível nacional”, com “bandas de referência” e um “cartaz de luxo”.
O autarca deixou também um voto de confiança ao evento, contando com a sua existência “durante muitos e bons anos”, não deixando de fora um comentário de louvor pelo facto de a cidade, argumenta, estar de volta à vanguarda do regresso da vida cultural em Portugal, depois de a cidade se ter aprontado para ser o palco de vários eventos-piloto que aconteceram um pouco por todo o país, no início do ano.
Também em palco esteve Carlos Silva, administrador da InvestBraga, uma das principais forças motrizes deste festival. “Este é o único festival que vai acontecer em Portugal em 2021, e estamos cá para os próximos anos, porque queremos deixar uma marca inevitável na cidade”, começou por referir. “Temos falado também sobre o que acontecerá em 2023. Queremos que Braga seja uma referência. Há muitas áreas onde já o somos, mas nunca tivemos um festival de grande dimensão, e a cidade merece claramente”, concluiu o mesmo.
As portas do recinto abrirão às 16h30, com encerramento às 3h00. Estarão espalhados pelo recinto quatro palcos: o palco Authentica, com três artistas/bandas internacionais por dia, o palco Urban, com dois artistas internacionais e nacionais por dia, o palco Auditorium, dedicado a bandas e artistas que estão “naturalmente a crescer”, conforme definiu Marco Polónio, e o palco Dancing Room, dedicado à música eletrónica, com quatro DJs, entre duplas e artistas em nome próprio, que vão atuar por dia.
O bilhete diário do Authentica custará 45 euros e o passe geral 70, ao passo que, no contexto VIP, em que o festivaleiro terá direito a determinadas vantagens, os valores ascendem, respetivamente, a 80 e 150 euros.