Uma centena de pessoas manifestaram-se, esta terça-feira, em Lisboa contra o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, ao acusá-lo de ser um “genocida” e de ser responsável pela morte de mais de 500 mil pessoas.
A manifestação – onde se viram bandeiras do Brasil e cartazes contra o chefe de Estado que o apelidavam de genocida – realizou-se na Praça D. Pedro IV, devido à iniciativa Grito dos Excluídos, que “acontece no Brasil todos os anos, que é o grito dos excluídos e excluídas", explicou Pedro Prola, do Núcleo de Lisboa do Partido dos Trabalhadores (PT) à agência Lusa.
O grito deste ano foi dedicado ao movimento “Fora Bolsonaro”, devido aos “crimes que o Governo de Bolsonaro está a cometer contra o Brasil e a fome que já afeta mais de 19 milhões de pessoas e os quase 600.000 mortos provocados pela covid-19”, afirmou Pedro Prola, ao explicar que estas iniciativas feitas fora do Brasil servem para "trazer a solidariedade internacional em defesa da democracia" brasileira, através do apoio de representantes do Partido Comunista Português (PCP), do Bloco de Esquerda (BE) e da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN).
“O que está a acontecer no Brasil é absolutamente terrível (…) e é preciso reverter esse processo", frisou Prola.
Já Stefani Costa, do Coletivo Revolu, disse à mesma agência de notícias que aquilo que se passa no Brasil "serve também como exemplo para a população portuguesa", uma vez que a extrema-direita está a ganhar território em Portugal.
"O Bolsonaro perdeu popularidade, ele já perdeu as ruas. O que se vê são pessoas totalmente fanatizadas", sublinhou Stefani Costa.
O dia em que se comemora o Dia da Independência, no Brasil, vai ficar marcado pelas diversas manifestações, que preencheram as ruas de cidades brasileiras, tanto com apoiantes de Bolsonaro como de críticos da sua governação.
Milhares de pessoas, vestidas a rigor com as cores da bandeira brasileira, juntaram-se hoje numa manifestação em Brasília e gritaram cantos e frases de apoio ao Presidente, que está no cargo desde janeiro de 2019.
Esta grande manifestação, marcada para o dia de um dos principais feriados nacionais, foi incentivada por Bolsonaro há quase dois meses devido às fortes tensões entre o Presidente e o STF e o congresso.
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