A seleção nacional garantiu mais três pontos frente ao emblema do Azerbaijão, continuando na luta pelo primeiro lugar do grupo A na qualificação para o Mundial do Qatar, em 2022.
Portugal viajou até Baku e deu tudo por uns importantes três pontos, conquistando-os com golos de Bernardo Silva, André Silva e Diogo Jota, num jogo em que a seleção nacional dominou sem encontrar grandes obstáculos, e que teve até direito a uma invasão de campo.
Chegados ao Azerbaijão com 10 pontos e no segundo lugar do grupo A, o objetivo na mente do emblema lusitano era vencer, vencer, vencer, e uma ausência marcou os dias que antecederam a partida: Cristiano Ronaldo, o homem que se tornou no maior goleador de sempre ao serviço das seleções nacionais, não participou na partida em Baku.
Ainda assim, uma alegria veio dar um impulso de confiança necessário à seleção nacional: Pepe e Palhinha, que falharam o jogo particular com os anfitriões do próximo Mundial de futebol, mostraram-se aptos e prontos a enfrentar os azeris, que Portugal, recorde-se, tinha já vencido por 1-0 em março deste ano, num sofrido jogo em que valeu um erro da equipa adversária para cantar vitória.
A bola começou a rolar no Estádio Olímpico de Baku quando os relógios portugueses marcavam as 17h. Todos os olhos estavam no relvado e nas ‘quinas’, na possível participação de Otávio – que surpreendeu na sua estreia, no jogo frente ao Qatar – e no treinador italiano do Azerbaijão, que, em antevisão ao jogo, recordou a Fernando Santos que o mesmo lhe “deve uma garrafa de vinho do Porto”. Velhas histórias de quem anda no futebol há largos anos.
Por cá, a mais de 4 mil quilómetros de distância de Baku, sentia-se nas ruas do país o apoio à seleção nacional, que não foi longe no Europeu de 2020, e que aposta agora todas as suas fichas no Mundial do Qatar.
Findos os primeiros 15 minutos de jogo, no entanto, a partida em Baku mantinha-se fria, a zeros, e com apenas três tentativas de golo, todas do lado de Portugal. As ‘quinas’, aliás, dominavam a prazer o jogo, contando 69% de posse de bola, mas a bola ainda não tinha furado a defesa de Magomedaliev. À passagem desse primeiro quarto de hora, no entanto, os cartões amarelos choveram de fora do bolso de Marco Guida. Primeiro para João Palhinha, e, no minuto seguinte, para o azeri Alaskarov, que fez uma entrada perigosa sobre o veterano João Moutinho.
Muito presente no relvado em Baku esteve João Cancelo e as suas ameaçadoras corridas pelo espaço direito do campo, que criaram várias situações de perigo ao longo da marca dos 20 minutos.
E foi precisamente quando o relógio contava 26 minutos que Bernardo Silva surgiu nas costas dos defesas azeris e, com um toque de magia, assinou o primeiro golo lusitano em Baku, de calcanhar, assistido por Bruno Fernandes, que bem o conhece da rivalidade na Premier League inglesa. Portugal, que dominava a partida, colocou-se na frente, e contava já mais três importantes pontos no grupo A.
Se a estratégia da seleção do Azerbaijão foi a defesa intensa desde o primeiro segundo de partida, depois do golo português, os azeris subiram, e, aos 28 minutos, Emreli obrigou Cancelo a cortar uma jogada perigosa.
Mas a ousadia saiu cara à seleção da casa em Baku. Inspirados, os lusitanos ergueram-se de uns primeiros 15 minutos fracos em finalizações, e, aos 31 minutos, Bruno Fernandes e Diogo Jota em telepatia deixaram a bola para André Silva, que não poupou a baliza azeri e fez o 2-0. A partir daí, e até ao fim da primeira parte, os portugueses mantiveram o controlo do jogo em Baku, com mais umas quantas situações de perigo, gerindo a generosa vantagem de golos no marcador. Ainda assim, a seleção portuguesa ainda teve de bloquear uma ofensiva azeri a poucos minutos do fim da primeira parte, quando Ozobic esteve bem perto de desviar para a baliza de Rui Patrício.
Com Portugal a vencer por 2-0 ao intervalo, a segunda metade do jogo foi relativamente calma, com várias situações de perigo causadas pela seleção nacional. Do outro lado do campo, Rui Patrício ficava de mãos frias, sem grandes defesas nem oportunidades de brilhar.
Apagados, pouco ameaçadores e sem colocar grandes obstáculos, os azeris acabaram por sofrer o terceiro golo, aos 75 minutos. Jota recebeu de cabeça o cruzamento de Cancelo, um dos homens principais do jogo, e fez o terceiro golo da partida.
Seguiu-se, aí sim, uma calma e uma apatia geral no relvado, apesar da substituição tripla feita na passagem dos 78 minutos no marcador, em que Moutinho, Bernardo e Diogo Jota abriram espaço para Otávio, João Mário e Gonçalo Guedes. O jogo estava tão calmo e tão lento que vários adeptos invadiram o campo, sem ser praticamente incomodados pelas forças de segurança, para se aproximar de Bruno Fernandes e tirar umas fotografias para a memória.
O trio ‘fresco’ não foi capaz de chegar ao quarto golo lusitano da tarde, e a partida acabou por ficar mesmo nos 3-0, garantindo mais 3 pontos para Portugal no grupo A da qualificação para o Mundial do Qatar, em 2022.