O Presidente Bolsonaro, com as crises que provoca sem parar, conseguiu afastar investidores da maior economia da América Latina, e no momento que tem dinheiro disponível no mercado internacional. A diminuição do ano passado para cá aponta para a perda de dois terços do recebido no ano anterior.
As agências como Eurasia e Goldman Sachs alertam para o risco político. As bases positivas, como saldo em divisas e mercado interno robusto, não são suficientes para afastar os riscos da volta das esquerdas, que podem aderir a linha bolivariana da Venezuela, Argentina, Peru, Bolívia.
Enfim, é possível que, em quinze dias, surja uma luz no fim do túnel
Variedades
• Diante dos acontecimentos desta semana, inspirados e estimulados pelo presidente Bolsonaro, políticos e empresários começam a acreditar que a solução para devolver a paz ao Brasil é o afastamento do presidente. Quem viver verá.
• Embora tenha colocado nas principais cidades do país um grande número de adeptos, mais de três milhões ao todo, o presidente fez dois discursos atacando a Suprema Corte e afirmando que não vai mais obedecer a decisões do ministro Alexandre Morais. A repercussão nos meios políticos e empresariais foi negativa. O presidente convocou uma reunião com os presidentes dos demais poderes, mas eles não compareceram. Bolsonaro disse que só deixa o governo morto. Cenas admissíveis nos anos 1930 do século passado.
• A crise hídrica atinge gravidade. O vice-presidente, General Hamilton Mourão, admitiu que o racionamento pode ser inevitável. Muitas indústrias compram geradores. A esta altura, só muita chuva, e em todo país.
• Crise na segurança pública é outra preocupação da sociedade. A situação no Rio de Janeiro está deteriorada. Na chamada população de rua, só em Copacabana, seriam seis mil os que dormem nas calçadas, onde permanecem todo o dia. Falta coragem a autoridades para abrigarem com dignidade essas pessoas. O turismo, grande empregador, sofre.
• Especula-se que o Flamengo pensa em comprar um time português. O clube está se enquadrando na lei que torna clubes empresas.
• Bolsonaro provoca e está com três filhos sendo investigados por fortes indícios de receber parte dos salários de assessores. Dois estão com as casas de luxo, que um comprou e outro alugou, alvo de constrangedoras especulações. Bolsonaro tem cinco filhos de três mulheres diferentes. Sorte dele que a atual, Michele, é impecável na discrição e elegância.
• Dois empecilhos para o crescimento do Brasil: as reformas emperradas para gerar melhor ambiente de negócios e mão de obra qualificada. O sistema S, criado por Vargas para tal fim, acabou voltado para eventos culturais e acadêmicos.
• A inflação no Brasil, este ano, pode ser menor do que as da Argentina, Turquia e do Cazaquistão, o que não parece boa companhia. Por isso, as famílias andam trocando aplicações financeiras em Real por remessas ao exterior, o que é possível pagando 8% de imposto.
• Aliás, a nova celebridade brasileira a querer comprar uma propriedade em Portugal é Ana Maria Braga, campeã de audiência no horário da manhã da Globo.
• O advogado Sérgio Bermudes, que sobreviveu a longa internação pela covid, recuperado, apresentou seu nome para a Academia Brasileira de Letras, na vaga do ex-vice-presidente, ministro, ex-governador e senador Marco Maciel. A ABL já tem pelo menos dois advogados, nenhum com o sucesso na banca e como professor que chegue perto de Bermudes.
• Dia 21, quando a ONU abre seus trabalhos anuais, o primeiro a falar, pela tradição, é o Brasil. Algumas vezes, pelo seu presidente. Bolsonaro confirmou que vai. Diplomatas recomendam a alguns dos generais mais próximos do Presidente que desestimulem a viagem, pois o discurso, que será polémico, agravará o desgaste internacional que o país passa.
• Finalmente, a média de óbitos diários cai e já está perto de 500 por dia. As preocupações, agora, são o Rio e a baixa vacinação, chegando aos 35% com as duas doses.
Rio de Janeiro, setembro de 2021