A editora Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) anunciou na passada quarta-feira, que a jornalista Isabel Lucas foi a grande vencedora da primeira edição do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva. A peça Estados Unidos da América, crónica de uma (des)união foi a distinguida pelo júri do concurso e premiada com uma bolsa de cinco mil euros.
O artigo, publicado em outubro de 2020 – poucas semanas antes da eleição presidencial que opôs Joe Biden a Donald Trump – no jornal Público, parte da leitura de vários textos, cruzamento de opiniões, análise de jornais e de um conhecimento do território para, de acordo com a autora, «indagar que país era esse que ia a votos numa altura dramática». No trabalho, Isabel Lucas olha para os conflitos internos que atravessam os Estados Unidos e que fomentam desunião profunda entre os 328 milhões de habitantes do país.
A grande qualidade dos trabalhos jornalísticos apresentados a concurso (num total de 52) levou o júri a atribuir também duas menções honrosas: Voltar a Marchar, uma reportagem da autoria de Raquel Moleiro e de Tiago Miranda. E a segunda foi o trabalho de investigação desenvolvido por Micael Pereira e Luís Garriapa com a peça Luanda Leaks que explora como Isabel dos Santos desviou mais de 100 milhões de dólares da Sonangol para o Dubai. Para além disso, o prémio homenageia o jornalista, fundador e primeiro diretor do Público, Vicente Jorge Silva, tendo sido criado no dia em que foi conhecida a sua morte, a 8 de setembro de 2020. O júri permanente deste concurso é composto pelo diretor do Público, Manuel Carvalho, pelo diretor do Expresso, João Vieira Pereira e pelo presidente da RTP, Nicolau Santos.
Nas palavras de Nicolau Santos, este galardão de homenagem a Vicente Jorge Silva distingue «a capacidade de investigar criteriosamente, de fazer extraordinárias reportagens, de contar histórias surpreendentes, de concretizar entrevistas inesquecíveis».