O vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, nas Canárias, entrou em erupção na tarde de ontem. O local onde se deu a erupção, na zona de Las Manchas, não é habitado, tal como disse o presidente das Canárias, Ángel Víctor Torres. Cerca de 40 pessoas com problemas de mobilidade e alguns animais de criação foram retiradas logo na parte da manhã de municípios das redondezas, depois de os cientistas terem emitido um alerta para o risco de erupção vulcânica.
Num encontro com a comissão do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca) o presidente do Cabildo de La Palma, Mariano Hernández Zapata, anunciou que o vulcão tem pelo menos cinco bocas. À Televisión Canaria, Zapata acrescentou que “há lava a sair abundantemente de duas dessas bocas, que já cruzaram a rodovia Tacande em direção às áreas povoadas de Alcalá e El Paraíso, que foram evacuadas”. Os técnicos analisam a evolução da erupção e os dados recolhidos para fazerem previsões para onde o magma pode avançar. “Esperamos que a lava respeite, que seja benevolente e se dirija para o litoral, causando o mínimo de impactos possível”, disse Zapata, acrescentando que poderia ir até Todoque e continuar o seu caminho até ao litoral.
Para além disso, Mariano Hernández Zapata apelou à “responsabilidade e bom senso”, perante o facto de “muitas pessoas” se aproximarem da zona da erupção , causando “problemas” nos esforços de evacuação. “Haverá tempo para ver o vulcão”, declarou.
Pouco tempo depois de saber das ocorrências, os serviços do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, adiantaram que este visitaria a ilha de La Palma, ainda ontem: “Perante a situação na ilha de La Palma, o presidente adiou a viagem prevista para hoje para Nova Iorque”, onde vai participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, “e vai visitar as Ilhas Canárias para acompanhar o desenvolvimento da situação “, referiu a assessoria de imprensa do governo espanhol, num comunicado, citado pela agência France-Presse.
O Instituto Geográfico Nacional e o Instituto Vulcanológico das Canárias registaram desde 11 de setembro um importante acumulado de milhares de pequenos sismos na periferia do Cumbre Vieja, com epicentros a mais de 20 quilómetros de profundidade que, progressivamente, foram ascendendo à superfície. Desde o início da semana a ilha encontrava-se em alerta amarelo devido ao risco de erupção vulcânica na zona (nível 2 de 4).