O endividamento do setor não financeiro – administrações públicas, empresas e particulares – caiu 1,2 mil milhões de euros no mês de julho face ao mês anterior, para os 761,3 mil milhões de euros.
Os dados foram divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP) que explica que o endividamento do setor público diminuiu 3,2 mil milhões de euros para os 347,3 mil milhões de euros, uma redução que aconteceu sobretudo junto do exterior.
Em sentido contrário, o endividamento do setor privado cresceu 2 mil milhões de euros, fixando-se nos 414 mil milhões de euros.
Segundo o banco central liderado por Mário Centeno, o endividamento das empresas privadas junto do setor financeiro aumento 900 milhões de euros e 600 milhões de euros. Já o endividamento dos particulares junto do setor financeiro registou um aumento de 500 milhões de euros.
Por setor de atividade, no final do sétimo mês deste ano, as empresas do comércio e das indústrias tinham sido os que mais contribuíram para o endividamento das empresas privadas. Segundo as contas do BdP, o seu endividamento representava, respetivamente, 17,6% e 17,1% do total. Seguiram-se empresas nos setores das atividades imobiliárias (11,7%), eletricidade, gás e água (10,2%).
Por dimensão, o banco central avança que o aumento do endividamento foi transversal às várias classes de dimensão. Ainda assim, as grandes empresas registaram o crescimento mais acentuado.
Feitas as contas, no mês em análise, o endividamento total das empresas privadas aumentou 1,8% em relação a julho do ano passado e o endividamento total dos particulares cresceu 2,8%.
Financiamento das administrações públicas
Ainda esta terça-feira, o Banco de Portugal informou que, até julho, as administrações públicas foram financiadas em 8,9 mil milhões de euros, valor que compara com 10,7 mil milhões de euros registados no mesmo período do ano passado.
As contas mostram que este financiamento foi obtido junto de bancos residentes (12,4 mil milhões de euros. “Em contrapartida, o financiamento concedido às administrações públicas pelo exterior foi de -0,9 mil milhões de euros e pelos outros setores da economia, sobretudo setor financeiro exceto bancos, de -2,5 mil milhões de euros”, explica o Banco de Portugal, acrescentando que “um financiamento líquido negativo indica que as administrações públicas, em termos líquidos, adquiriram mais ativos financeiros do que emitiram passivos, ou seja, as administrações públicas utilizaram parte dos fundos obtidos para financiarem outros setores da economia”.
Feita a análise por instrumento, o BdP revela que as administrações públicas se financiaram através da emissão de títulos no montante de dois milhões de euros e do aumento de empréstimos deduzidos de depósitos no montante de 6,9 mil milhões de euros.