A Ordem dos Médicos (OM) abriu, esta terça-feira, um processo disciplinar ao médico Fernando Nobre. Em causa está uma queixa sobre as declarações que o antigo deputado proferiu numa manifestação de opositores das regras impostas no contexto da pandemia de covid-19.
"Confirmo que deu entrada uma queixa e que se abriu um processo disciplinar" na reunião que decorreu esta terça-feira, confirmou à Lusa o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem, Alexandre Valentim Lourenço.
A queixa é “relativa à interpelação” que Fernando Nobre fez junto à Assembleia da República, acrescentou.
O processo tem um “prazo de instrução, de averiguação, de avaliação e ele terá de responder”. “Faz parte do nosso regulamento disciplinar”, sublinhou Alexandre Valentim Lourenço.
Recorde-se que Fernando Nobre, fundador e presidente da organização não-governamental Assistência Médica Internacional (AMI) e candidato à Presidência da República em 2010, disse na manifestação que é “inacreditável” vacinar crianças e jovens dos 12 aos 16 anos e que a grande maioria dos testes PCR são falsos positivos.
O médico afirmou ainda que esteve infetado com o vírus SARS-CoV-2 e que se curou com fármacos cujo eficácia científica contra a covid-19 não está comprovada.
“Isso não se trata com paracetamol, ou doliprane, ou ben-u-ron. Isso trata-se como eu me tratei, tratei a minha mulher, tratei a minha filha: com azitromicina, hidroxicloroquina, ivermectina. Numa semana, estávamos todos curados”, referiu.