Nem todos os dias são bons, nem todos os dias são maus. A amplitude entre uns e outros pode ser tão grande, que o melhor que um qualquer indivíduo pode fazer é procurar aproximar os dois. Perante o equilíbrio, os dias navegam-se com maior facilidade e rapidez.
É prática comum estudar-se que a economia é composta por ciclos crescentes e decrescentes de valorização e desvalorização, respetivamente, e que as organizações, governos e indivíduos podem mitigar o seu risco através de práticas contracíclicas. São estas que vão diminuir a amplitude dos picos. Quero com isto dizer que a vida é feita de altos e baixos, e que por vezes a mudança de uns momentos para os outros pode ser desgastante psicologicamente para um qualquer ser, ou aumentar o risco do funcionamento corrente de uma empresa. Por isso, é importante contrariar os picos mais desfavoráveis e maximizar os períodos ótimos.
Certo é que falar é fácil, e toda a gente tem um plano até levar um murro na boca, como disse, e bem, Mike Tyson, reconhecido pugilista. Contudo, gostaria de recomendar ao leitor algumas estratégias que o permitam suster estabilidade e equilíbrio durante mais tempo.
Primeiramente, recordarmo-nos frequentemente de que efetivamente as circunstâncias são cíclicas e que, em bom português, depois de um dia de chuva aparece um arco-íris.
Em segundo lugar, há pouco mais que seja tão importante quanto os nossos hábitos. Por muito que possamos ter um período péssimo, cuidarmos de nós e do nosso corpo com desporto, uma boa alimentação, e tempo de qualidade para descansar garante uma rede psicológica de segurança a partir da qual podemos escalar novamente de forma consistente.
Para além destes últimos fatores, existe um fator externo que influencia e muito a nossa disposição: as pessoas que nos são mais próximas. Quando estamos rodeados de indivíduos otimistas, trabalhadores, leais, entre tantas outras qualidades, tudo parece mais fácil. As sinergias que se geram entre dois ou mais indivíduos prova-se sempre um benefício.
Apesar das medidas suscetíveis de serem tomadas a nosso favor, verdade seja dita, requerem da parte do leitor a agilidade e a disponibilidade para se conhecer a si próprio, aprender a gerir os desafios e, por último, agir em função dos mesmos.
Surfar, qualquer que seja a onda (positiva ou negativa), requer do surfista a experiência de si próprio perante as ondas, a disponibilidade para experimentar, aprender e, em última instância, deixar-se levar pelas ondas certas durante o máximo de tempo possível, saindo imediatamente antes da rebentação. Confio na capacidade do leitor para navegar as suas, com alegria.