A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou, esta segunda-feira, que está a avaliar um pedido da farmacêutica Moderna para inocular a terceira dose da sua vacina da covid-19 na União Europeia em maiores de 12 anos, seis meses depois da segunda dose.
"A EMA começou a avaliar um pedido para a utilização de uma dose de reforço de Spikevax [vacina anticovid-19 da Moderna] a ser administrada pelo menos seis meses após a segunda dose em pessoas com 12 anos de idade ou mais", anuncia o regulador da UE num comunicado. Contudo, o regulador ainda só admitiu administrar uma terceira dose em imunodeprimidos.
Segundo a Moderna, a terceira dose em pessoas com a vacinação completa contribuirá para "restabelecer a proteção depois de esta ter diminuído", ao adiantar que irá "comunicar oportunamente o resultado da avaliação".
Este é o segundo pedido que a EMA recebe por parte das farmacêuticas para avançar com uma terceira dose. De notar que no início de setembro, a Pfizer/BioNTech submeteu uma solicitação semelhante à da Moderna, com o mesmo objetivo de restabelecer a proteção de vacinados com 16 anos de idade ou mais após seis meses da segunda dose.
Na semana passada, o regulador europeu indicou que deverá emitir uma decisão sobre o pedido feito pela Pfizer “no início de outubro”.
Embora a EMA esteja a analisar os pedidos, os seus especialistas defendem que, de acordo com as provas atuais sobre a eficácia da vacina e a duração da proteção, as vacinas da covid-19 aprovadas na UE garantem uma alta proteção contra doenças graves e internamentos, o que os leva a considerar que uma terceira dose apenas deve ser admitida para pessoas mais vulneráveis como imunodeprimidos.
O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) também subscreve a posição da EMA, uma vez que num relatório, divulgado no início de setembro e coassinado por especialistas da EMA, afirmou que não há uma "necessidade urgente" de administrar doses de reforço da vacina à população em geral, pelos mesmos motivos apontados pelo regulador europeu.
O ECDC admitiu também "a opção de administrar uma dose adicional de vacina a pessoas que possam ter uma resposta limitada ao ciclo primário de vacinação", incluindo "indivíduos imunodeprimidos, por exemplo, recetores de transplantes", bem como "indivíduos mais velhos e frágeis".
A Direção-Geral da Saúde portuguesa está em conformidade com esta posição, ao atualizar, também no início de setembro, as normas para admitir uma terceira dose adicional da vacina a imunodeprimidos com mais de 16 anos, como transplantados, seropositivos e doentes oncológicos.