A polícia da Tunísia prendeu Aloui Abdellatifm, um deputado do parlamento pelo partido conservador Karma, e Ameur Ayed, um apresentador de televisão, que têm sido críticos notáveis do Presidente Kais Saied desde que tomou o poder, em Julho. Também outros políticos e empresários terão sido proibidos de viajar.
A justiça militar ordenou as detenções, disse Samir Bem Omar, advogado do Presidente – que acusou as duas personalidades de conspirar contra a segurança do Estado e de terem insultado o exército depois de terem transmitido um programa na estação de televisão Zaytouna.
O presidente suspendeu o Parlamento em julho, levantou a imunidade dos seus membros e assumiu a autoridade executiva antes de dizer no mês passado que iria governar o país por decreto durante um período de tempo de “medidas excecionais” e sem ter em consideração grande parte da constituição. A sua intervenção, após anos de estagnação económica e política, foi bem recebida pela população, mas lançou dúvidas sobre os ganhos democráticos daquele país desde a revolução de 2011, que pôs fim ao regime autocrático e desencadeou a Primavera árabe.
Kais Saied terá dito que não se iria tornar num ditador, prometendo lutar por liberdades e garantias dos cidadãos. Mas desde julho que alguns membros do parlamento foram detidos sob acusações antigas, agora ativadas desde que a sua imunidade foi levantada.