Fez-se história. Portugal tornou-se, pela primeira vez na sua história, campeão mundial de futsal, três anos depois de alcançar o lugar máximo no Europeu da modalidade. Frente à Argentina, na final do Campeonato Mundial, Portugal desbravou terreno, e acabou por vencer por 2-1.
O sonho foi cumprido na Lituânia, onde Portugal se podia já orgulhar de ter chegado mais longe do que nunca na sua história, ao qualificar para a final. A seleção nacional desbravou pelo campeonato, deixando pelo caminho o Cazaquistão (4-3 nas grandes penalidades), a Espanha (depois de uma incrível reviravolta no marcador, que ficou em 4-2), e a Sérvia.
Na final de 2021, na Lituânia, Portugal – campeão europeu em título – chorava ao som de A Portuguesa, instantes antes do apito inicial, e sentia-se no ar uma energia de um país inteiro que apoiava a seleção nacional à procura da glória inédita, tanto através da televisão e da rádio como presentes em Kaunas, onde se encontravam centenas de adeptos portugueses a apoiar a seleção nacional. Ricardinho, aos 36 anos de idade, mostrava-se emocionado ao som do hino nacional, ciente de que este será, muito provavelmente, o último Mundial da sua carreira.
A temperatura aqueceu depois do apito inicial, e, aos 13 minutos de jogo, Borruto não poupou na violência, e atingiu Ricardinho no estômago com um murro digno das artes marciais mistas. Depois do challenge à decisão da arbitragem, o argentino viu o cartão vermelho, e os muitos portugueses presentes na Lituânia aplaudiram a justiça feita, que permitiu a Portugal jogar durante os restantes cinco minutos da primeira parte com mais um jogador em campo, relativamente aos argentinos.
A partir daí, foi só uma questão de tempo até que, pelos pés de Pany Varela, o melhor marcador português neste Mundial, fizesse o 1-0 na Lituânia, deixando Portugal mais perto do inédito título de campeões mundiais. O resultado manteve-se até ao apito do intervalo, e a energia sentia-se na Lituânia, onde Portugal estava prestes a fazer história pela segunda vez neste Mundial, depois de ter alcançado um lugar inédito na final.
Ao início da segunda metade, a Argentina ainda assustou com um livre direto marcado por Cuzzolino, que serviu Matias, mas o argentino atirou para muito longe da baliza de Bebé. Ainda assim, os portugueses estavam inspirados, e Erick chegou mesmo a assustar aos 4 minutos da segunda parte. Numa jogada individual, o português deixou para trás dois jogadores da Argentina e picou a bola sobre Sarmiento, acabando por acertar no travessão argentino, mostrando que o emblema das ‘quinas’ não estava satisfeito com apenas um golo de vantagem no marcador.
A emoção em Kaunas atingiu níveis estratosféricos quando faltavam 12 minutos de jogo e Pany Varela concluiu uma jogada de magia assinada por Ricardinho, que fez um cruzamento telecomandado e originou o 2-0.
Uma vantagem de 2 golos que durou, literalmente, uns poucos segundos. Reiniciado o relógio na partida, Claudino fugiu aos portugueses, e fez o primeiro golo dos argentinos. Faltava uma eternidade de jogo na Lituânia, e os argentinos voltavam a reduzir a recém-dilatada vantagem no marcador dos portugueses.
Mas as ‘quinas’ não desistiam, e uma incrível jogada de Ricardinho, aos 35 minutos, acabou por cair nos pés de Fábio Cecílio, que falhou o toque de calcanhar, e não conseguiu aumentar a vantagem portuguesa no marcador. A pressão, e a energia, no entanto, estavam do lado lusitano do campo, quando faltavam ainda cinco cruciais minutos de partida.
O tempo foi passando, e os remates iam falhando em ambas as balizas. Faltando apenas segundos para o final da partida, os argentinos dispararam em direção à área de Bebé, acertando num travessão milagroso, que deu a Portugal o seu primeiro título de sempre como campeão mundial.