O emir do Dubai, Mohammed al-Maktoum, ordenou que o software Pegasus fosse usado para invadir o telemóvel da princesa Haya Bint al-Hussein da Jordânia, quando esta se divorciava do emir, verificou um tribunal britânico. Que considerou que o crime, revelado esta quarta-feira, constitui não só uma violação de privacidade mas também uma interferência com a justiça, avançou a BBC.
Já a princesa Haya – que anteriormente revelara temer o seu marido, tendo escapado para o Reino Unido após saber dos abusos que este cometera contra a sua própria filha, Latifa, que continua em paradeiro incerto – declarou que se sentiu "caçada e assombrada" ao saber que as suas conversas foram intercetadas, incluindo com os seus advogados, Nick Manners e a baronesa Fiona Shackleton.
O recurso ao Pegasus, um software da NSO, uma empresa ligada ao setor militar israelita, voltou a suscitar críticas aos abusos de spyware. Anteriormente, fora revelado que o Pegasus fora usado para visar ativistas de direitos humanos pelo mundo fora, tendo como um dos seus maiores clientes os Emirados Árabes Unidos (EAU), conhecidos pelo seu autoritarismo e abusos contra as mulheres. Não surpreende que o Pegasus tenha sido a escolha de xeique al-Maktoum, primeiro-ministro da EAU, para espiar a ex-mulher.
O caso talvez só tenha vindo a público tão cedo pela proximidade entre a baronesa Fiona Shackleton e uma das consultoras para direitos humanos da NSO, Cherie Blair, mulher de Tony Blair, antigo primeiro-ministro britânico. Quando Blair foi informada do sucedido pela NSO, ligou imediatamente a Shackleton para a informar do caso, avançou o canal britânico