Anteriormente conhecida como "Girl With Balloon", a pintura "Love is the bin", obra do artista de rua britânico Banksy que se autodestruiu após ser vendida num leilão há três anos, rendeu quase 18,6 milhões de libras, o equivalente a 22 milhões de euros na quinta-feira, batendo um novo recorde, já que o valor agora alcançado em leilão é quase 20 vezes maior do que o preço da obra antes de se autodestruir em 2018.
“Love is in the bin” foi leiloado pela Sotheby’s em Londres, com uma estimativa de pré-venda de 4 milhões de libras a 6 milhões de libras. Contudo, após uma licitação de dez minutos envolvendo nove licitantes – presentes no local, mas também online e por telefone – a obra foi arrematada por um comprador não revelado, por três vezes a estimativa mais alta.
A peça consiste numa tela parcialmente retalhada colocada numa moldura ornamentada com a imagem pintada em spray de uma menina com um balão vermelho em forma de coração.
Alex Branczik, presidente da Sotheby’s para arte moderna e contemporânea, classificou a fragmentação de "um dos momentos mais engenhosos da arte performática deste século": “Tem sido um turbilhão seguir a jornada desta peça agora lendária e tê-la novamente entre nós, oferecendo-a esta noite na mesma sala em que foi criada pelo artista”, afirmou.
Quando foi vendida pela última vez na Sotheby’s em outubro de 2018, a peça era conhecida como "Girl With Balloon" e, assim que uma anónima compradora europeia fez a oferta vencedora (1 milhão de libras), uma trituradora oculta embutida na moldura por Banksy começou a funcionar, “retalhando metade da tela emoldurada”. Essa situação, valeu à Sotheby’s algumas críticas por não conseguir localizar o triturador oculto. Contudo, o comprador decidiu avançar com a compra.
"Girl With Balloon" foi originalmente gravada numa parede no leste de Londres e foi reproduzida infinitamente, tornando-se numa das imagens mais conhecidas de Banksy.
O artista de rua britânico, que nunca confirmou a sua identidade, começou a sua carreira pintando edifícios em Bristol, Inglaterra, tornando-se um dos artistas mais conhecidos do mundo, com obras muitas vezes satíricas.