Tarantino esteve no festival de cinema de Roma, onde recebeu um prémio pelo conjunto da sua obra cinematográfica e cedeu uma entrevista à revista Variety, na qual revelou algumas das suas ambições profissionais futuras que incluem um livro de crítica de cinema e uma série de TV. Contudo, estes dois planos só serão realizados, segundo o artista, “depois de realizar uma comédia”. “Não é o meu próximo filme, é outra coisa que estou a planear fazer e não posso descrever o que é”, explicou.
O cineasta sugeriu que tem vindo a pensar num Spaghetti Western em que "toda a gente fala uma língua diferente": “Vai ser muito divertido, porque eu quero filmar ao estilo Spaghetti Western (estilo de filme que surgiu na época em que passaram a produzir-se os filmes westerns na Europa, nomeadamente em Itália, pelo realizador Sergio Leone), onde todos falam uma língua diferente… O bandido mexicano é italiano; o herói é um americano; o xerife mau é alemão; a rapariga do salão mexicana é israelense”.
Na mesma entrevista o realizador “viajou ao passado”, relembrando a sua entrada no mundo cinematográfico. Questionado sobre quando e como decidiu fazer filmes, Tarantino disse que demorou oito anos para chegar ao sucesso e revelou que percebeu “plenamente” a sua vocação enquanto tinha aulas de representação. "E não amava apenas mais os filmes do que as outras crianças, como também me preocupava com eles, ao passo que eles só se importavam consigo mesmos”. O ator lembrou também que gostava demasiado dos filmes para apenas ser ator: “Eu não queria apenas aparecer nos filmes, queria que os filmes fossem meus”, contou.
Durante uma ampla palestra sobre sua carreira de 32 anos, durante a qual fez nove filmes, Tarantino disse que o primeiro filme de que se lembra de ter visto é o filme de espionagem britânico “Deadlier Than the Male”, de Ralph Thomas, com Richard Johnson no papel de James Bond.
Em 2016, o cineasta havia dito que planeava reformar-se do cinema depois de completar 10 longas-metragens. O seu lançamento de 2019, “Once Upon a Time in Hollywood”, é o nono. Ao ser questionado se o seu próximo – e potencialmente final – seria Kill Bill 3, Tarantino respondeu: “Por que não?”.