Por Nélson Mateus e Alice Vieira
Querida avó,
Venho alertar-te para o facto de, assim que venhas a Lisboa, este neto que tanto te ama te ir levar ao Teatro da Trindade.
Não sei se alguma vez te disse, mas Chicago é um dos meus filmes preferidos.
Como personagens centrais do filme temos Renée Zellweger no papel de Roxie Hart e Catherine Zeta-Jones em Velma Kelly.
Passado nos loucos anos 20, Chicago conta-nos a história de duas rivais de vaudeville acusadas de assassínio. Velma, uma estrela de clubes noturnos, cumpre pena por ter matado o marido e a irmã, depois de os apanhar juntos; Roxie, uma ambiciosa corista, foi parar atrás das grades por matar o amante. Ambas se socorrem dos serviços de Mama Morton, a chefe das guardas prisionais, e do astuto advogado Billy Flynn, para criarem um frenesim mediático e prepararem em grande o seu regresso ao mundo do showbiz.
Chicago é um dos musicais com maior sucesso no mundo. Baseado numa peça de teatro com o mesmo nome.
A produção original estreou-se na Broadway em 1975 e teve mais de 900 apresentações, tendo percorrido mais de 24 países e sendo interpretada em 12 línguas diferentes. Claro que Portugal não podia ficar de fora deste roteiro.
Em setembro de 2019, o tão desejado Musical, estreia com estrondo no Teatro da Trindade. Com encenação de Diogo Infante, em coprodução do Teatro da Trindade com a Força de Produção, a primeira temporada contou com Gabriela Barros e Soraia Tavares, como protagonistas.
Depois de dois confinamentos, 197 representações e mais de 65 mil espetadores, Chicago regressa para a sua derradeira temporada com duas novas intérpretes nos papéis principais: Roxie Hart por Inês Herédia e Velma Kelly por Vanessa Silva.
O nosso querido José Raposo e o filho Miguel, entre muitos outros, também fazem parte do elenco.
Agora que os bares reabriram, vai ao Ouriço beber um Gim e pensar nisto que te disse.
Bjs
Querido neto,
Quanto ao Trindade… ainda é um caso para ver.
Quanto a Chicago, tens razão, é um grande filme.
E, quando o vejo, tenho sempre muitas saudades do tempo em que estive em Chicago. O meu filho era lá professor, na Universidade do Illinois, e eu ia lá matar saudades dele, da minha nora e dos meus netos, então ainda pequenos (a Isabel, a mais nova, era ainda bebé).
Chicago é uma cidade extraordinária: podes deixar atrás de ti os arranha-céus, atravessas a rua e estás na praia (o Lago Michigan…). Depois, uma cidade daquele tamanho, onde nunca vi um engarrafamento de trânsito nem carros mal estacionados. Anda tudo devagar e há sempre parques de estacionamento subterrâneos ao longo da rua.
E quando estamos com crianças pequenas é mesmo uma cidade maravilhosa. Para já, tem o enorme Parque de Oz, cheio de estátuas representando todas as personagens do Feiticeiro de Oz, (espero que tenhas lido o livro ou, pelo menos, visto o filme, com a Judy Garland ainda miúda). Passei lá horas infindas com os meus netos. Depois – e isto era uma maravilha para a minha neta mais velha – tem um enorme armazém de vários pisos chamado ‘The American Girl’. Cada piso é dedicado a uma época da história dos EUA: os índios e os cowboys, a exploração do ouro, a Grande Depressão, etc…
E, para cada época, há uma boneca diferente, com vestidos da época, livros e filmes sobre essa época, cabeleireiros para as pentearem, é uma maravilha. A Adriana escolheu uma boneca índia, que ainda hoje guarda.
E um dia fomos assistir a uma peça para miúdos e, no fim, os atores vieram todos falar com eles e deram-lhes autógrafos – mas assinando com o nome da personagem que tinham interpretado.
E, para lá de tudo isto, tem a magnífica arquitetura de Frank Lloyd Wright!
Passados 16 anos, o meu neto Diogo está lá outra vez, a fazer um doutoramento em Matemática. Se não fosse o covid, garanto-te que já lá tinha ido vê-lo.
Ainda vamos lá os dois…
Bjs