O endividamento do setor não financeiro – administrações públicas, empresas e particulares – registou uma quebra de 300 milhões de euros face ao mês anterior para os 763,9 mil milhões de euros, informou esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP).
Segundo o banco liderado por Mário Centeno, nesse mês, o endividamento do setor público – administrações públicas e empresas públicas – manteve-se em 346,5 mil milhões de euros. “No entanto, houve uma recomposição dos setores financiadores, com destaque para o endividamento obtido junto do exterior, que diminuiu 1,7 mil milhões de euros, e o endividamento junto do setor financeiro, que aumentou 1,4 mil milhões de euros”, justifica o banco central.
Já o endividamento do setor privado – empresas privadas e particulares – diminuiu 0,3 mil milhões de euros, para 417,4 mil milhões de euros. O endividamento das empresas privadas diminuiu 0,7 mil milhões de euros e o endividamento dos particulares aumentou 0,4 mil milhões de euros. “Em ambos os casos, a variação do endividamento foi sobretudo face ao setor financeiro”, diz o BdP.
Segundo o Bdp, no mês em análise, o endividamento total das empresas privadas cresceu 1% em relação a agosto de 2020. Já o endividamento total dos particulares aumentou 2,9% face ao homólogo.
Financiamento das administrações públicas O Banco de Portugal informou ainda que, até ao mês de agosto, as administrações públicas foram financiadas em 6,2 mil milhões de euros, valor que compara com 7,8 mil milhões de euros registados em igual período de 2020.
Este financiamento foi obtido junto de bancos residentes (11,7 mil milhões de euros). “Em contrapartida, o financiamento às administrações públicas pelos outros setores da economia, sobretudo pelo restante setor financeiro (não bancos), foi negativo em 3,4 mil milhões de euros”, explica a entidade.
Também o financiamento líquido do exterior às administrações públicas foi negativo em 2,1 mil milhões de euros. “Um financiamento líquido negativo indica que as administrações públicas, em termos líquidos, adquiriram mais ativos financeiros do que emitiram passivos, ou seja, as administrações públicas utilizaram parte dos fundos obtidos para financiarem outros setores da economia”, lê-se ainda na nota.
Os dados do Banco de Portugal mostram ainda que as administrações públicas se financiaram através da emissão de títulos, no montante de 1,3 mil milhões de euros, e do aumento de empréstimos deduzidos de depósitos, no montante de 4,9 mil milhões de euros.