A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, não descarta a possibilidade de Portugal entrar em confinamento caso apareça uma nova variante “mais agressiva”, que coloque em causa a eficácia da vacina contra a covid-19. Em entrevista ao Diário de Notícias, a responsável sublinhou que esse é um dos cenários previstos no Plano Referencial Outono-Inverno 2021-2022.
"O primeiro cenário é o que vivemos, perfeitamente estável, o segundo é aquele em que a efetividade da vacina começa a cair, havendo a necessidade de fazer reforços para aumentar a proteção da população, é o que estamos a fazer agora com os maiores de 65 anos, e o terceiro, o pior, é aquele em que apareceria uma nova variante, mais agressiva, com capacidade de escapar ao nosso sistema imunitário. Portanto, estas três realidades têm de estar sempre presentes até que o vírus termine o seu percurso entre nós", explicou.
Graça Freitas reiterou que o objetivo do plano, além de conter a infeção por covid-19, é evitar os casos de doença grave. Uma variante mais agressiva pode colocar em causa a eficácia da vacina e levar ao aumento de internamentos e da taxa de mortalidade.
"E este cenário preocupa-nos, porque pode resultar num retrocesso. Em última análise pode levar-nos de novo a confinamentos seletivos ou generalizados, que é ao que estamos a assistir em alguns países", frisou.
"Não sei se vamos voltar aos confinamentos, o que sei é que as pandemias têm características próprias. (…) No fundo, vamos jogar com todas as armas que já temos e com as medidas que conhecemos, como a proteção individual, a deteção precoce dos casos, a testagem em massa, o isolamento profilático. Vamos fazer tudo o que é necessário fazer, de acordo com o que já aprendemos, mas de forma diferente, doseando melhor as ações e as medidas", acrescentou.