Um grupo de investigadores da Universidade to Texas anunciou que o número de abortos realizados no país diminuiu em 50% no mês de setembro quando comparado com o mesmo mês do ano anterior. A diminuição está relacionada com a nova lei do Texas que proíbe os abortos após a atividade cardíaca, o que geralmente acontece quando as mulheres estão grávidas de cerca de seis semanas. É a lei mais conservadora do país no que toca ao aborto.
Antes da lei, 84% das pessoas que procuravam abortos no Texas estavam grávidas de mais de seis semanas, segundo pesquisas anteriores do Texas Policy Evaluation Project, o grupo de investigadores, que vem avaliando o efeito da legislação do Texas sobre a saúde reprodutiva e tem estado a contabilizar independentemente os abortos naquele estado desde 2017.
"Seria de esperar que viéssemos a ver o número diminuir nos meses subsequentes", afirma Kari White, a principal investigadora do projeto, sobre os números de setembro, que cobrem cerca de 93 por cento do total de abortos no estado.
A lei em questão dá o aos indivíduos o direito de processar qualquer pessoa que ajude na realização de um aborto após cerca de seis semanas – uma altura em que muitas mulheres ainda não se apercebem de que estão grávidas. Embora a maior parte dos juristas afirmem que a lei entra em conflito com a norma legal estabelecida por Roe v. Wade, a estrutura da lei tornou difícil para os prestadores de serviços de aborto conseguirem levá-la a tribunal. Mas na próxima segunda-feira, o Supremo Tribunal irá considerar se os tribunais federais devem avaliar a constitucionalidade da proibição.