António Guterres disse, esta segunda-feira, que estamos “a cavar a nossa própria sepultura” e apelou aos líderes mundiais que salvem a humanidade das alterações climáticas.
“É hora de dizer basta. Basta de brutalizar a biodiversidade, basta de matarmo-nos a nós mesmos com carbono, basta de tratar a natureza como uma latrina (…) e de cavar a nossa própria sepultura", disse o secretário-geral das Nações Unidas, na cerimónia de abertura da Cimeira de Líderes Mundiais da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP26), que decorre em Glasgow, na Escócia.
O dirigente português pediu para “salvar o futuro e salvar a humanidade” ao invés de continuar a exploração dos recursos do planeta além do limite suportável. Guterres pediu ainda o fim do “vício em combustíveis fósseis, que está a levar” o clima “ao limite”, defendendo que “é uma ilusão” os recentes anúncios que dão a impressão de que a humanidade “está a dar a volta por cima”.
“Embora as promessas recentes sejam reais e verosímeis e haja sérias dúvidas sobre algumas delas, ainda estamos a caminho de uma catástrofe. No melhor cenário, as temperaturas subirão bem acima de dois graus”, disse.
“Por isso, além dos mecanismos estabelecidos no Acordo de Paris, hoje anúncio que irei constituir um grupo de especialistas para propor padrões claros para medir e analisar os compromissos de emissão zero de atores não estatais”, anunciou.
Recorde-se que mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na COP26.