Sai no próximo domingo à rua a Marcha Mundial pela Justiça Climática, organizada pela plataforma Salvar o Clima. O protesto parte às 15h do Martim Moniz e terminará na Alameda, em Lisboa. O percurso é simbólico, por passar pela ciclovia da Avenida Almirante Reis, ameaçada pela nova presidencia da Câmara Municipal de Lisboa.
São mais de 25 as organizações promotoras da macha e apesar de estar a decorrer em Glasgow, na Escócia, a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26), os organizadores da marcha têm poucas expectativas no que toca ao resultado desta reunião.
"Os problemas globais requerem soluções que incluam todos e todas nos diferentes níveis da sociedade" e as decisões tomadas na COP26 "vão moldar a forma como os governos respondem – ou não – à crise climática. Vão decidir quem é sacrificado, quem escapa e quem lucra", referiram em comunicado.
Os organizadores da marcha acreditam que, até agora, "os governos não fizeram muito pela causa climática e o preço da inação será caro".
"Os governos são coniventes com as empresas e escondem-se atrás de falsas soluções verdes (greenwashing) e de estratégias de mitigação e adaptação que não saem do papel. Deste modo, muitas populações estão já a sofrer as consequências deste descaso ambiental"
Em todo o mundo e através de vários movimentos está a ser levada a cabo "uma nova vaga de resistência, solidariedade global e organizações de base" que ainda acredita que existe "uma oportunidade única de reformatar o nosso sistema, enquanto recuperamos da pandemia".
No resto do mundo, a maioria das manifestações irá decorrer no sábado, dia 6. Contudo, a organização da marcha em Lisboa alterou a data para o dia seguinte em solidariedade com a manifestação antirracista 'Justiça para Danijoy Pontes' marcada para o dia anterior.
Estas são algumas das reinvindicações dos manifestantes:
Lutar por 1,5ºC
Zero emissões, não de zero emissões “líquidas”
Deixar os combustíveis fósseis debaixo do solo: nenhum novo investimento ou infraestrutura de combustíveis fósseis_
Rejeitar soluções falsas: não aos mercados de carbono e tecnologias arriscadas e não comprovadas
Reestruturar o sistema: Queremos uma Transição de Justiça agora! (dizem)
Começar a Transição de Justiça
Justiça climática global: reparações e redistribuição às comunidades indígenas e ao Sul Global
Distribuição justa, e esforço adequado pelos países ricos
Cancelar as dívidas do Sul Global a todos os credores
Financiamento climático baseado em subsídios para o Sul Global
Reparações por perdas e danos já ocorridos no Sul Global