Portugal registou mais de 18 mil reações adversas às vacinas contra a covid-19. Uma por cada mil administradas

A maioria das reações – 11.680 – foram consideradas não graves e apenas 6.475, 36% do total, foram consideradas graves. Das reações graves, 3.893 casos foram indicados como “clinicamente importantes”, 1.607 incapacitantes, 188 resultaram em “perigo de vida” e 96 terminaram em “morte”. O relatório revela ainda a hospitalização de 303 pessoas.

Foram registadas 18.155 reações adversas à vacina contra a covid-19 em Portugal até 31 de outubro, segundo o Relatório de Farmacovigilância – Monitorização da Segurança das Vacinas contra a Covid-19 em Portugal, publicado pelo Infarmed esta sexta-feira. De realçar que já foram administradas mais de 16,2 milhões de doses da vacina, o que corresponde a cerca de uma reação adversa por cada mil imunizações. O documento revela ainda a existência de 96 mortes.

“Com o decorrer do programa de vacinação e o estímulo para a notificação de suspeitas de reações adversas a medicamentos (RAM) associadas a vacinas contra a Covid-19 este valor tem aumentado. No entanto, ao consideramos o número de casos de RAM (ou o subgrupo dos casos graves de RAM) face ao número total de vacinas administradas, verifica-se que as reações adversas às vacinas contra a COVID-19 são pouco frequentes, com cerca de 1 caso em mil inoculações, um valor estável ao longo do tempo”, destaca o Infarmed.

Das 10.892.788 doses da vacina Comirnaty, da farmacêutica Pfizer, foram registadas 9.516 reações adversas. Na vacina Spikevax, da Moderna, ocorreram 2.059 reações em 2.012.981 administrações.

Já na Vaxzevria, conhecida como AstraZeneca, foram registadas 4.961 reações em 2.215.402 vacinações e na vacina da Janssen ocorreram 1.584 reações em 1.125.421 imunizações.

No que diz respeito à vacina da Pfizer e da Moderna, o número de casos de RAM por 1000 vacinas administradas é de 1, valor que sobe para 1,5 no caso da vacina da Janssen e para 2 na AstraZeneca.

A maioria das reações – 11.680 – foram consideradas não graves e apenas 6.475, 36% do total, foram consideradas graves. Das reações graves, 3.893 casos foram indicados como "clinicamente importantes", 1.607 incapacitantes, 188 resultaram em “perigo de vida” e 96 terminaram em "morte". O relatório revela ainda a hospitalização de 303 pessoas.

“Dos casos de RAM classificados como graves, cerca de 85% dizem respeito a situações de incapacidade temporária (incluindo o absentismo laboral) e outras consideradas clinicamente significativas pelo notificador, quer seja profissional de saúde ou utente." explica o documento.

Já as 96 mortes “ocorreram num grupo de indivíduos com uma mediana de idades de 78 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal entre cada óbito e a vacina administrada, decorrendo também dentro dos padrões normais de morbilidade mortalidade da população portuguesa”.

Na lista de reações mais comuns destacam-se 4.251 casos de cefaleia (dor de cabeça), 4.228 casos de pirexia (febre), 4.092 casos de mialgia (dor muscular), 3.822 casos de dor no local da injeção, 2.116 casos de fadiga, 1.809 casos de calafrios ou 1.593 casos de náuseas e o Infarmed destaca que “as RAM notificadas com maior frequência enquadram-se no perfil reatogénico comum de qualquer vacina”.