“Portugal acabou de anunciar o 5.º unicórnio. Temos mais unicórnios do que Espanha, Grécia e Itália juntos”, anunciou António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, durante a sessão “O que será necessário para a Europa dominar a próxima década da tecnologia?”, no último dia da Web Summit 2021.
“Estamos a ficar conhecidos como um país unicórnio, mas isso é apenas uma forma de atrair a atenção de investidores”, salientou o CEO, defendendo que ter startups a alcançar a fasquia dos mil milhões de dólares não é em si o objetivo final.
“Há uma série de empresas não-unicórnio que são super valiosas. Queremos apoiá-las e que progridam. Estamos aqui por elas”, referiu.
Questionado sobre se os unicórnios seriam a rampa de lançamento para garantir o posicionamento da Europa como um pólo tecnológico no mundo, o responsável reforçou que “é fantástico ter cinco unicórnios” e espera “que venham mais cinco ou seis”. Contudo não deixou de realçar que é apenas uma referência. “Temos de trabalhar com empresas avaliadas em 10 milhões de dólares, de 50 milhões, 100 milhões, porque são super valiosas, criam emprego e fazem o ecossistema funcionar”, explicou.
Dias Martins mencionou, a esse propósito, um artigo recente que fala de zebras, camelos e outros tipos de designações de empresas. Até setembro, disse ainda, as startups portuguesas acumularam mil milhões de dólares em capital de risco, o dobro do montante do ano passado.
O tiktok é o futuro da música? Numa outra sessão, com direito a plateia cheia no palco MusicNotes, Ole Obermann, chefe global de música do TikTok, falou sobre o papel de relevo que a rede social tem em lançar novos artistas para os principais tops musicais internacionais.
“O sucesso depende sempre dos criadores de conteúdo e da audiência que os vê”, destacou, apesar de admitir que o TikTok por vezes programa dar destaque a alguns vídeos musicais devido à proximidade com algumas editoras.
Para demonstrar o impacto da rede social em tornar uma música viral, Obermann recorreu a três exemplos: o cantor CKay a tocar a música “Love Nwantiti”, o primeiro TikTok de Taylor Swift e um vídeo ao som da música “Break My Stride”, de Matthew Wilder, de 1983.
Sobre o primeiro, o responsável destacou que a música de CKay era uma “publicação pura”, com o cantor ao piano. “É um vídeo simples dele a cantar e foi no TikTok que encontrou o seu palco e os seus fãs”.
A versão acústica chegou mesmo ao topo das tabelas musicais britânicas através de outras versões, com remixes e duetos. “Os criadores vão atrás das tendências e usam as várias versões das músicas”, explicou.
Já no caso da artista norte-americana Taylor Switft, a história passou-se ao contrário. Recorreu a uma música de um artista britânico para mostrar como tinha mudado ao longo dos seus álbuns. “O artista de que fala de Taylor nessa música teve uma procura no Shazam [uma aplicação de procura de músicas] de mais de 20% após ela ter publicado o vídeo”, revelou.
Quanto à explosão de músicas mais antigas na plataforma, Obermann adiantou que muitas voltaram a passar nas rádios mais importantes do mundo, como a Sirius XM, atingindo números nos tops musicais internacionais que não eram à partida esperados. “Para nós é importante que os nossos criadores se consigam expressar ao som das músicas, independentemente da década de que são”, salientou.
Um pequeno passo para a lua e um salto para marte Podia ser uma oportunidade para ouvir uma versão menos escura de Pink Floyd, mas a sessão “The bright side of the moon” serviu para desvendar mais detalhes acerca do programa Artemis da agência espacial norte-americana NASA, que prevê um regresso à Lua. Carlos Garcia-Galan, do Orion ESM (European Service Module) Integration Office subiu ao palco DeepTech para explicar que o objetivo é fazer exploração para preparar a missão a Marte.
“Vamos voltar à Lua para adquirir o know-how e desenvolver a tecnologia que nos fará ir mais longe e construir os sistemas para pisar Marte”, revelou.
De acordo com o engenheiro, a meta é que a nave totalmente autónoma descole em fevereiro de 2022 em direção à Lua, mas “ir a Marte é o próximo passo”. A missão conta com o apoio da agência espacial europeia e de mais dez países europeus.