O alerta foi dado por algumas discotecas. «Estamos sem tequilas e algumas vodkas». Mas a situação agravou-se nos últimos dias e já rotura de stocks de vários champanhes. «Neste momento, estamos a fazer uma espécie de associação de empresários para tentar comprar, em conjunto, champanhe, dos mais caros que precisamos para esta época, a fornecedores dos arredores de Paris», conta ao Nascer do SOL um dos principais empresários da 24 de Julho.
Mas qual a razão para haver tanta falta de álcool, além do champanhe e de outras bebidas espirituosas? «É simples. Os miúdos que durante a pandemia tinham entre 14 e 16 anos, agora já podem sair e querem beber este mundo e o outro, além dos que andam na casa dos 20 anos», acrescenta o mesmo empresário.
Já os distribuidores explicam a situação. «Estamos a ter problemas com tequilas, vodkas, whiskys e champanhes», contou ao Nascer do SOL António Martins, responsável pela distribuidora Solbel que representa marcas de bebidas e distribui na área da grande Lisboa. «Obviamente que algumas marcas existem. Contudo, as marcas todas sortidas, não! E mesmo as que há, são muito difíceis de arranjar», acrescentou.
Depois da situação pandémica que abalou o país e o mundo nos últimos dois anos, segundo o responsável, a indústria de bebidas espirituosas sofreu um «grande abalo»: «Parou tudo no mundo inteiro, não é só um problema em Portugal», sublinhou António Martins.
Estas carências devem-se, explicou, devido a dois fatores principais: se por um lado podem existir situações em que estejam em falta garrafas, rolhas, rótulos e caixas, também os transportes dos produtos têm atrasado todas as encomendas. «Os produtos chegam em grupagem, não se compra nem um camião, nem um contentor de um produto isolado. Ora, isso só se transporta quando? Quando há mais produtos englobados para os preencher», continuou, acrescentando que o problema não advém apenas da falta de produto, «porque nem acredito que haja falta de vodka, nem tequila, acredito sim que não haja o produto engarrafado pronto a sair para o mercado».
Apesar desta falta de produtos, interrogado sobre a possibilidade das discotecas e bares ficarem sem eles, o responsável admite não acreditar nisso: «Se não há um produto, há outro! O único problema é que cada pessoa habitua-se a determinadas marcas e há algumas que não há».
Esta situação é confirmada, por exemplo, na Makro que já não tem as vodkas mais caras, um ou outro whisky como o Johnny Walker de 12 anos e começam a faltar também alguns champanhes. Certo é que no Natal não vai faltar álcool, mas algumas marcas não vão estar na mesa natalícia. É a vida.