O primeiro-ministro, António Costa, disse, esta quarta-feira, que não tinha conhecimento do caso sobre a rede de tráfico de diamantes, ouro e droga que envolve militares portugueses em missões humanitárias da ONU na República Centro-Africana e civis.
O esclarecimento de Costa surgiu depois de ser questionado pelos jornalistas sobre se tinha informado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acerca do caso.
“Eu não informei porque não estava informado, portanto isso é um tema que será de ser tratado, mas num sítio próprio que é em território nacional”, disse António Costa, que está em Berlim.
Sublinhe-se que, esta terça-feira, o chefe de Estado também disse que não tinha sido informado previamente das suspeitas pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, que alega ter tido conhecimento das mesmas no final de 2019.
“O Presidente da República terá que dizer qual é a avaliação que tem de fazer sobre a matéria (…) a única coisa que eu posso confirmar é que eu também não informei o senhor Presidente da República pelo simples facto que eu também não estava informado”, reforçou Costa.
Recorde-se que foram constituídos 11 arguidos no âmbito da denominada Operação Miríade – em causa está uma rede criminosa, segundo a PJ, com ligações internacionais e que “se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas”. Entre os arguidos estão militares, ex-militares, nomeadamente Comandos, um agente da PSP, um guarda da GNR em formação e um advogado.
Segundo avançou o i da edição desta quarta-feira, a denúncia do caso foi realizada por um intérprete da ONU que servia de intermediário entre os Comandos portugueses e as redes de tráfico de diamantes na República Centro-Africana.
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