Portugal é o quinto país da OCDE com maior prevalência de diabetes. A análise surge mais uma vez no relatório publicado pela organização esta semana, que continua a mostrar o país nos lugares cimeiros, com as estimativas a apontarem para 9,8% da população com diabetes. Pior só o México (13,5%), Turquia (11,1%), Estados Unidos (10,8%) e a Alemanha (10,4%).
São estimativas que acabam por não ser alteradas todos os anos e resultam de inquéritos a amostras representativas da população – em Portugal, os últimos resultados foram obtidos primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge em 2015 e publicado em 2017. Na altura, foi estimada uma prevalência de diabetes mais elevada nos homens do que nas mulheres (12,1% vs 7,8%). Na amostra de população inquirida, a maioria dos indivíduos diabéticos estava ciente de sua condição (87,1%) e encontrava-se a tomar medicação antidiabética (79,7%).
Antes deste inquérito, em 2018 a prevalência da diabetes na população portuguesa com idades entre os 20 e os 79 anos foi estimada em 13,6%, sendo que ao certo sabe-se apenas que estão registados nos centros de saúde mais de 800 mil doentes com diagnóstico de diabetes. Estima-se que além dos casos de diabetes, a pré-diabetes, que pode ser revertida com alimentação e exercício na maioria dos países, afete cerca de 2 milhões de portugueses. Este ano o Dia Mundial da Diabetes tem como mote o acesso universal a tratamento – “se não agora, quando” – marcando também o centenário da descoberta da insulina.
João Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, sublinha que, agora como no passado, o diagnóstico da doença continua a ser um choque, defendendo a necessidade de aumentar a prevenção e mudanças de estilo de vida, que podem prevenir a maioria dos casos de diabetes tipo 2.