Hospitais de Coimbra abrem mais camas para responder ao aumento do número de doentes covid

Diretor clínico refere que os casos não são tão graves comparadamente às vagas anteriores.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) abriu mais camas para doentes infetados com covid-19, uma vez que o número de internados está a aumentar devido aos surtos internos e nos lares da região. A informação foi avançada, esta segunda-feira, pelo diretor clínico do CHUC, Nuno Deveza, que afirmou ainda que a pressão vinda do serviço de urgência e dos lares "aumentou bastante".

"Para terem uma ideia, a média de casos positivos na semana de 31 de outubro a 06 de novembro foram nove casos por dia e na semana de 07 a 15 de novembro já foi de 15 casos por dia", sublinhou

Segundo os últimos dados, o CHUC tem, neste momento, 44 pessoas internadas na enfermaria de não críticos e seis pessoas na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), sendo uma delas uma adolescente que 16 anos que sofre de obesidade mórbida e não estava vacinada por opção.

Daqueles que estão internados em enfermaria, 30% são doentes não críticos provenientes de lares da região, em que "mais de metade está parcialmente dependente ou com grau de dependência elevada e quase todos com comorbilidades significativas e outras doenças associadas", refere Nuno Deveza.

O diretor clínico adianta que o CHUC tem, neste momento, capacidade para 10 internados na UCI, mas que esse número pode ser expandido para 15, e 52 camas em enfermaria. Caso seja necessário fazê-lo, o responsável explica que essa mudança vai causar impacto na atividade hospitalar, especialmente na cirurgia programada, uma vez que será necessário "desviar" recursos médicos e de enfermagem para outras especialidades.

Apesar do aumento do número de doentes com covid-19, Nuno Deveza afirma que existe menos pressão nas UCI e nas enfermarias relativamente a vagas anteriores: "Não é tão grave e os doentes que têm mais gravidade e estão nos cuidados intensivos são aqueles que não estão vacinados. Os outros são doentes que estão vacinados, mas têm comorbilidades muito importantes que lhes atinge o sistema imunitário".

O diretor clínico do CHUC refere ainda que, mesmo com a vacinação completa e a toma da terceira dose, "vai haver sempre um grupo de doentes que será sempre mais suscetível".

"A terceira dose [da vacina] está já em andamento e estou convencido que irá ter um impacto na [menor] necessidade de internamento, porque a vacinação diminuiu a incidência de doença grave e com necessidade de internamento", acrescentou.

Dentro de duas semanas, deverá estar finalizado o processo de inoculação da terceira dose da vacina contra a covid-19 aos mais de 8.000 profissionais do CHUC, disse ainda o diretor-clínico.