A variante Delta apresentou uma frequência relativa de 100% em Portugal na semana 44, entre 1 e 7 de novembro, revelou, esta terça-feira, o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), sublinhando que “o valor é provisório pois os dados ainda estão a ser apurados”.
Nas semanas 42 e 43 (entre 18 e 31 de outubro), com amostragens fechadas e análises concluídas, registou-se uma frequência relativa de 100% e 99,8% para a variante Delta (B.1.617.2), respetivamente. O único caso “não-Delta”, cujo análise já foi concluída, refere-se a um caso da variante ‘Mu’, associada à Colômbia, registado na região Norte, na semana 43.
O relatório contém uma amostra que “envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 128 concelhos por semana”.
Em Portugal, foram analisadas 11.442 sequências da variante Delta, que se dividem em mais de 100 sublinhagens, “em resultado da recente atualização da nomenclatura, a qual permitiu uma maior discriminação das sequências analisadas”. O INSA destaca “a atual circulação de diversas” destas sublinhagens, sendo que 27 foram detetadas consecutivamente nas últimas três semanas ou na atual semana em análise. “A nível nacional, apenas a sublinhagem AY.43 apresentou uma frequência relativa com tendência crescente, apresentando um aumento marcado de frequência relativa entre as semanas 42 (13,5%) e 43 (20,2%)”, lê-se.
Já a nível regional, a frequência relativa da sublinhagem AY.26 tem-se mantido estável, continuando a ser detetada essencialmente nas regiões do Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo.
Por outro lado, a sublinhagem AY.46.6 circula predominantemente na Região do Alentejo, tendo representado cerca de 14% das amostras analisadas dessa região na semana 43, “o que representa um ligeiro aumento em relação à semana anterior”.
No que diz respeito à sublinhagem AY.4.2, “verificou-se um aumento da circulação a partir da semana 42 (18 a 24 de outubro), revelando uma frequência relativa tendencialmente crescente de 1,8% (semana 42) até 2,9% (semana 44; valor provisório)”, sendo que, “no total, foram detetados até à data 38 casos associados a esta sublinhagem em Portugal, mantendo a sua maior circulação na Região do Algarve, onde foram detetados 25 casos até à data”.
O relatório refere ainda que não é detetado qualquer caso associado à variante Gamma (P.1) desde a semana 37 (13 a 19 de setembro), situação semelhante à variante Beta, que não é detetada desde a semana 29 (19 a 25 de julho).
Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o 'Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal', com o objetivo de “determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus” e identificar “novas introduções do vírus em Portugal”.
Até à data, foram analisadas 20.923 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 303 concelhos de Portugal.