A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou, esta quinta-feira, três novidades acerca da dose de reforço na vacinação contra a covid-19.
Numa conferência de imprensa conjunta da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Infarmed, representado pelo vice-presidente, António Faria Vaz, Graça Freitas começou por destacar que, face ao aumento de novos casos em toda a Europa, “a melhor forma de nos protegermos, de passarmos um inverno mais seguros e mais tranquilos é vacinar, vacinar, vacinar”.
Apelos feitos, vieram as três “grandes” novidades. Na população atualmente elegível – pessoas com 65 ou mais anos de idade, os profissionais da saúde, os profissionais do setor social e os bombeiros que prestam transporte de doentes – o intervalo entre a última dose da vacina e a entrada na elegibilidade foi encurtado de cinco a seis meses para apenas 90 dias (metade).
“A primeira [novidade] é que o intervalo entre a última dose e uma pessoa tornar-se pronta para a vacinação é, neste momento, entre cinco a seis meses. Encurtamos este intervalo para, em segurança, podermos vacinar mais pessoas, mais precocemente”, anunciou Graça Freitas.
A segunda novidade diz também respeito a este grupo de pessoas elegíveis, ou seja com 65 ou mais anos e os profissionais mencionados: os recuperados também passam a ser vacinados com uma dose de reforço. A única exceção são os que já levaram as duas doses com 150 a 180 dias de intervalo.
A terceira e última novidade é dirigida àqueles que receberam a vacina da Janssen – de dose única. Todos devem receber um reforço 90 dias depois de terem sido inoculados, mesmo que já tenham recuperado da covid-19. Esta dose de reforço será a vacina da Moderna ou da Pfizer. “Essas pessoas (a partir dos 18 anos) vão fazer um reforço pelo menos 90 dias depois de terem levado a primeira dose”, explicou. “Todas as pessoas que vão fazer reforço, vão fazê-lo com uma vacina mRNA (Pfizer ou Moderna)”, informou, esclarecendo que a única exceção é para quem já tomou uma segunda dose para poder viajar.
Todas estas alterações serão publicadas numa nova norma da DGS, não havendo ainda uma data para as autoridades de saúde começarem a chamar quem recebeu a vacina da Janssen para tomar uma segunda dose.
Questionada sobre se a meta de vacinar com a dose de reforço a população com mais de 65 anos elegível até ao dia 19 de dezembro não vai ficar comprometida, Graça Freitas sublinhou que, mais do que uma meta, em causa esta um "desígnio nacional". "Não depende de mim, nem do SNS, nem do núcleo que nos apoia, nem do Infarmed. Estamos a fazer o nosso trabalho, o Estado comprou as vacinas, as estruturas do Ministério da Saúde estão a trabalhar em conjunto. Estamos preparados para vacinar", disse.
A diretora-geral da Saúde indicou ainda que a modalidade Casa Aberta vai ficar disponível na próxima semana para quem tiver mais de 65 anos, mas aconselhou o autoagendamento para evitar filas nos centros de vacinação.
Graça Freitas defendeu que as doses de reforço não devem alimentar desconfianças sobre a eficácia das vacinas. “Sempre dissemos que não sabíamos quanto tempo durava a proteção”, disse. "Toda a gente aqui recebe doses de reforço do tétano. Aqui a lógica é a mesma”, exemplificou.
A responsável explicou também que a dose de reforço vai começar a ser administrada antecipadamente a quem recebeu a vacina da Janseen, independentemente da idade, uma vez que estudos internacionais indicam que o decaimento da proteção induzida pelo fármaco começa mais cedo do que noutras vacinas.