Menos de 1% das pessoas com esquema vacinal completo contraíram covid-19

Portugal tem uma incidência de 203 casos por 100 mil habitantes acumulados nos últimos 14 dias, o que representa “uma tendência fortemente crescente a nível nacional”. 

A pandemia de covid-19 em Portugal está com uma “tendência fortemente crescente a nível nacional”, segundo o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a covid-19’, divulgado, esta sexta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Portugal tem uma incidência de 203 casos por 100 mil habitantes acumulados nos últimos 14 dias, o que representa “uma tendência fortemente crescente a nível nacional”. As regiões do Centro e Algarve são as que se encontraram com maior risco de propagação do vírus, tendo ambas uma incidência superior ao limiar de 240 casos em 14 dias por 100 mil habitantes.

Segundo o documento, no grupo etário com 65 ou mais anos, a incidência acumulada a 14 dias apresenta uma tendência crescente: 145 casos por 100 mil habitantes.

Também rácio de transmissibilidade (RT) mostra “uma tendência crescente”, ao apresentar um “valor igual ou superior a 1”. O RT é de 1,17 em todas as regiões e “a manter esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 240 casos em 14 dias por 100 000 habitantes possa ser ultrapassado em menos de 15 dias”, alerta o INSA.

Já o número de pessoas internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) com sintomas da covid-19 em Portugal continental “revelou uma tendência estável, correspondendo a 28% (na semana anterior foi de 25%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.

Por outro lado, “a mortalidade específica por COVID-19 (11,1 óbitos em 14 dias por 1.000.000 habitantes) apresenta uma tendência crescente”, o que “revela um impacto moderado da pandemia na mortalidade”.

Na última semana, a taxa de positividade dos testes realizados ao vírus SARS-CoV-2 foi de 4,3%, “encontrando-se acima do limiar definido de 4,0%”. Observou-se ainda ”um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias”.

Segundo o relatório, a variante Delta (B.1.617.2), originalmente associada à Índia, “é a variante dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 100% dos casos” analisados entre 1 e 7 de novembro.

O INSA destaca que “a análise dos diferentes indicadores “revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade moderada, com tendência crescente a nível nacional”.

“A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são moderados, mas com tendência crescente. O agravamento da situação epidemiológica na Europa e o aumento da intensidade epidémica em Portugal deverá condicionar um aumento do nível de alerta do sistema de saúde para aumentos de procura de cuidados de saúde no próximo mês e reforço da capacidade de isolamento e rastreamento”, alerta.

Desde o início do processo de vacinação em Portugal, em dezembro de 2020, foram identificados 66.343 casos de infeção num total de mais de 8,9 milhões de pessoas com o esquema vacinal completo há mais de 14 dias, o que representa 0,7%.

Do total de pessoas vacinadas infetadas, 467 (1,1%) não resistiram, dos quais 345 tinham mais de 80 anos.

Entre os dias 1 e 31 de agosto (quando ocorreu a última atualização de internamentos por estado vacinal), “os casos com esquema vacinal completo parecem apresentar um risco de hospitalização aproximadamente duas a cinco vezes inferior aos casos não vacinados”.