Concluindo:
Estamos assim perante uma Associação elitista e sectária (porque só envolve ‘nobres’ e a nobreza militar), de classe (porque, ainda, só integra oficiais generais) e que mais não pretenderá do que tentar perpetuar, na ‘zona de conforto político-militar’, aqueles que, recusando aceitar a sua situação de reformados, não assumem que, nesta ocasião das suas vidas, perderam o protagonismo e, acima de tudo, as competências que detiveram no exercício das funções que ocuparam.
Resta-lhes, como a qualquer cidadão, participar na vida política da Nação, que se constitui como um Estado de direito democrático, sem privilégios esdrúxulos ou comportamentos espúrios, que mais não produzem do que o afastamento da sociedade civil e o desprestígio das Forças Armadas, de que se arrogam defensores e ‘sumo sacerdotes’.
Abordemos (termo de natureza militar) agora o que hoje me fez escrever e que é – o novo livro – A Reforma da Estrutura Superior das Forças Armadas, um passo apressado e sem propósito atendível.
Com prefácio e apresentação de dois ‘eminentes’ filósofos, sociólogos e antropólogos (Barreto e Gil, de 82 e 78 anos) a obra saiu à ‘luz’ do dia no passado 10 de novembro, pelas 18 horas, no CCB, na Sala Almada Negreiros em plena Praça do Império (o jardim ainda tem brasões?).
Os ‘nobres’ militares, organizados em duques, marqueses, condes, barões e… ‘baronetes’ deram a conhecer, publicamente, a sua ‘cruzada’ contra os que, em nome do povo, defenderam e aprovaram, no local próprio, leis da Republica, ousando assim alterar, sem seu consentimento e permissão, o funcionamento, do que sempre consideraram e consideram, a sua ‘quinta’ de domínio privado .
O triste espetáculo que, ao longo de todo este processo, foram dando foi degradante, instrumentalizador, deturpador, mentiroso, maléfico e em nada, mesmo rigorosamente em nada, contribuiu para o prestígio das Forças Armadas perante a sociedade civil cada vez mais alheada e distante destas.
As Forças Armadas têm vivenciado dias difíceis…
Acidentes nos Comandos, roubo de Tancos, campos de golfe, ‘drones’, boinas e cânticos, oficiais generais julgados e condenados por fraude e corrupção, outros militares detidos por fraudes, corrupção, violência, assédio e tráfico, acidentes vários, alguns deles inexplicáveis, têm, infelizmente, sido uma constante e, a qualquer momento, uma única gota pode completar o copo… pelo que, para os de dentro e especialmente os que estão já de fora, todo o cuidado será pouco.
Então o que nos traz o livro? Trata-se de uma grossa compilação de textos (681 páginas), certamente realizada por um ‘obscuro’ especialista em contrainformação ‘naval’, alguns contraditórios, manipuladores, omissos, tendenciosos, não respeitadores da verdade histórica (até inclui dois extratos de artigos meus – 1), que pelo volume e peso pode ter alguma utilidade no ‘calçar’ de um móvel ‘coxo’, existente no escritório ou na residência.
Como novidade apresenta uma pretensa estratégia desenvolvida em 6 ideias (!) e 22 marcos! (navais, terrestres e aéreos) ou seja ‘dois patinhos’ que não sabem nadar, marchar ou voar…e, pasme-se, o sociólogo de serviço tem o arrojo de a classificar como de ‘serviço publico’ e de livro com futuro.
Verifiquem com os vossos olhos, pois o livro é de borla…
Está, deste modo, cumprida, pela minha parte, mais uma missão de interesse (informativo) público
Longa vida ao GRE(I)… porque nos anima e… diverte.
Bem-hajam… e até breve… voltarei, em finais de janeiro, em principio com as conclusões obtidas nas averiguações que estou a fazer, em artigo que, também, em princípio, terá por título ‘Os mistérios de Eanes… a sua tese de doutoramento… e ele próprio’.
(1) no período de julho de 2018 até hoje, escrevi nos jornais Sol (Nascer do Sol) e i (Inevitável) 81 artigos sobre Segurança e Defesa, dos quais o livro extrai ,no total, 3 páginas e meia!!!! (352/3 e 646/7. Significativo se comparado com os camaradas ‘aficionados’.
Irei enviar o conjunto para o Secretariado do GRE(I).
Finalmente uma última surpresa. De outros autores destaco (com ironia) os ali presentes textos – Metafísica e dialética de José Barata Moura. Lógica política e gramática militar de Viriato Seromenho Marques (dois grandes defensores dos militares e da instituição, não considerando os ‘desertores) e as fotografias de Marcelo e Costa, nas páginas 636 e 590.
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