Depois do príncipe Harry, duque de Sussex, em Inglaterra, ter viajado com a sua cara-metade para o EUA, agora foi a vez da princesa Mako, do Japão, abandonar a família para poder desfrutar em pleno da vida com o seu mais-que-tudo.
Mako casou com Kei Komuro, um advogado “plebeu”, em outubro deste ano, em Tóquio, depois de terem passado quase dez anos noivos – apesar de esse noivado só ter vindo a público em 2017. Agora, o ex-membro da realeza deixa o país em que nasceu para se mudar para o local onde o companheiro trabalha, num escritório de advogados em Nova Iorque.
Mako e Kei, atualmente com 30 anos, namoram desde 2012, altura em que, ainda enquanto estudantes, se conheceram, na faculdade, na Universidade Cristã Internacional, no Japão.
Mas como em todos os contos de fadas, há sempre imprevistos que tornam a história um pouco mais complicada do que aquilo que ela tem verdadeiramente de ser.
Pouco tempo depois de o noivado ser anunciado ao público, os japoneses descobriram que a família do noivo da sobrinha do Imperador Naruhito não teria propriamente a melhor fama. A mãe de Kei teria alegadamente pedido emprestados a um ex-namorado 30 mil euros, nunca tendo, no entanto, devolvido a avultada quantia.
Se a verdade é que, em primeiro lugar, a mulher afirmou que o dinheiro teria sido dado e não emprestado e, em segundo, esta história não tem nada que ver com o próprio Kei, também se sabe bem que, no Japão, as origens familiares são um fator de extrema importância para formular uma opinião sobre alguém.
O povo, que ao início até simpatizou com Komuro, estava agora na dúvida sobre a paixão por Mako era verdadeira ou se Kei estaria apenas apaixonado pela possibilidade de vir a encher os bolsos.
Não se sabe se a culpa foi exatamente daquilo que agora era público a respeito da família advogado, mas o que aconteceu foi uma sucessão de adiamentos da data do casamento. Inicialmente era suposto ser em novembro de 2018, tendo depois sido notícia que o enlace aconteceria em 2020. Mal sabiam os pombinhos que uma pandemia global viria a adiar novamente o processo e que só iriam casar em outubro de 2021, quatro anos depois de terem contado ao mundo o passo que pretendiam dar.
Mesmo com a opinião social contra eles, o casal nunca se deixou abalar tendo a princesa garantido no ano passado que «o casamento é uma escolha necessária para viver e honrar» os seus corações.
E apesar da família da ex-princesa não estar propriamente contra a paixão dos dois, também não se pode dizer que a festeje com efusividade. Também no ano passado, Fumihito, o pai de Mako, aprovou o casamento mas, provavelmente, não com a vontade e a felicidade que Kei esperava ver no sogro: «Se é isso que eles realmente querem, então é algo que eu devo respeitar como pai. Do meu ponto de vista, acho que eles não estão numa situação em que muitas pessoas estejam convencidas e satisfeitas [com a sua relação]».
Um mês depois do ‘sim’, Mako e Kei chegaram a Nova Iorque com proteção policial e sem responder a nenhuma das perguntas que a centena de jornalistas que os esperava lhes colocou.
E quem pensa que “princesa uma vez, princesa para a vida” é algo que se aplica na vida real, que se desengane. Mako perdeu o seu título ao casar com Kei, uma vez que as leis de sucessão japonesas só permitem um homem no trono. Como o marido é plebeu, Mako é agora plebeia também.
Contudo, a escassez de homens na realeza está a fazer com que os japoneses repensem as regras de acesso ao trono, sendo que algumas pesquisas vieram já a demonstrar que há cada vez mais pessoas a apoiar que se deixe que uma mulher assuma o posto de chefe de Estado, mesmo que este não tenha, na prática, qualquer poder político.
O caso de Mako não é único, tendo sido vários aqueles que preferiram o amor à coroa. E quem compara a ex-princesa japonesa apenas a Harry, fique a saber que há muitos outros que o fizeram.
O próprio marido de Rainha Isabel II, fê-lo, no seu tempo, e renunciou aos títulos de “Príncipe da Grécia” e “Príncipe da Dinamarca” para poder casar com a atual monarca de Inglaterra.
Também no Japão, as princesas Ayako e Noriko Takamado escolheram os seus esposos em vez do poder real, mostrando que independentemente de se ser de sangue azul ou não, o mais importante para uma princesa apaixonada é ter com quem partilhar o seu coração.