Marta Temido diz que Governo está a seguir “com muita preocupação” nova variante da covid-19

Para além da nova variante detetada na África do Sul ser uma preocupação, Portugal vai entrar numa fase em que vai “estar quase tudo contra nós” no que toca à pandemia, apontou a ministra da Saúde. 

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que o Governo está a seguir com muita preocupação a evolução da nova variante da covid-19 detetada na África do Sul, dado que o país também está numa fase em que "está quase tudo contra nós". 

"Acompanhamos com muita preocupação. Sabíamos que o pior cenário poderia transformar-se num cenário bastante complexo se surgissem novas variantes que escapassem à proteção das vacinas", explicou Marta Temido, esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas, em Coimbra.

Além disso, o número de casos em Portugal está a duplicar e o risco de transmissão efetivo é muito elevado, pelo o que Marta Temido apela à população que se vacine e se teste. 

"Apesar de estar vacinado posso ter infeção e transmiti-la. É muito importante que as pessoas se testem para saber o seu estado e, sobretudo, para proteger os outros. Há vários tipos de testes, alguns deles pagos a 100% pelo Estado português, que são quatro testes gratuitos a cada mês. Depois, em algumas circunstâncias, as pessoas poderão fazer autotestes, que hoje se encontram disponíveis para venda em grandes superfícies, além de espaços de farmácia. É muito importante que cada um possa utilizar as medidas complementares", sustentou a governante. 

Portugal vai entrar numa fase em que vai "estar quase tudo contra nós" no que toca à pandemia. "O frio, a questão da maior transmissibilidade em ambientes que não são tão arejados quanto deviam ser, o convívio associado à quadra natalícia" são três "elementos de enorme preocupação", enumerou a governante. 

Quanto às medidas anunciadas ontem pelo primeiro-ministro, Marta Temido disse que são "um sinal claro de que há medidas individuais que têm de ser tomadas agora" e que a semana de contenção entre 2 a 9 de janeiro é uma forma de prevenir os contágios após a quadra natalícia, que reúne muitos aglomerados famíliares. "Esperamos que, daqui até lá, consigamos travar a transmissão que hoje temos, que é muito elevada", apontou. 

A partir do dia 1 de dezembro, será obrigatório apresentar certificado e teste negativo à covid-19 na visita aos lares, a pacientes internados em estabelecimentos de saúde, nos grandes eventos sem lugares marcados ou em recintos improvisados, recintos desportivos, discotecas e bares.

Note-se que os testes PCR são reconhecidos durante 72 horas, enquantos os testes rápidos de antigénio por 48 horas. Já os autotestes não têm uma marca de temporalidade. 

"É um teste mais caseiro, de utilização individual e simples. Deteta como a pessoa está naquele momento, é uma informação", esclareceu Marta Temido. 

No caso de visitas em lares ou hospitais, vai ser necessário fazer um teste PCR ou antigénio. Os autotestes não serão válidos. 

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