A pandemia de covid-19 em Portugal está com uma “tendência fortemente crescente a nível nacional”, segundo o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a covid-19’, divulgado, esta sexta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Portugal tem uma incidência de 298 casos por 100 mil habitantes acumulados nos últimos 14 dias, o que representa “uma tendência fortemente crescente a nível nacional”. Também o rácio de transmissibilidade (RT) mostra “uma tendência crescente”, ao apresentar um “valor igual ou superior a 1”. O RT é de 1,19 em todas as regiões e “a manter esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 480 casos em 14 dias por 100 000 habitantes possa ser ultrapassado em menos de 15 dias”, alerta o INSA.
O documento dá destaque ao grupo etário com 65 ou mais anos, onde a incidência acumulada a 14 dias apresenta também “uma tendência fortemente crescente”: 211 casos por 100 mil habitantes.
O número de pessoas internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) com sintomas da covid-19 em Portugal continental, que no relatório da passada sexta-feira apresentava uma “tendência estável”, revelou agora “uma tendência fortemente crescente, correspondendo a 40% (na semana anterior foi de 28%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.
Também “a mortalidade específica por covid-19 (15,5 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes) apresenta uma tendência crescente”, o que revela um “impacto moderado da pandemia na mortalidade”.
Na última semana, a taxa de positividade dos testes realizados a nível nacional ao vírus SARS-CoV-2 foi de 473%, “encontrando-se acima do limiar definido de 4,0%”. Observou-se ainda ”um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias”.
Segundo o relatório, a variante Delta (B.1.617.2), originalmente associada à Índia, “é a variante dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 100% dos casos” analisados entre 8 e 14 de novembro. Até à data, não foram detetados casos da nova linhagem Omicron B.1.1.529.
O INSA destaca que a análise dos diferentes indicadores “revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade elevada, com tendência fortemente crescente a nível nacional”. “A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são ainda moderados, mas com tendência crescente”, frisa.
“A emergência de uma nova linhagem (B.1.1.529), com elevado número de mutações de interesse e, com aparente disseminação na África do Sul nas últimas semanas, suporta a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e do controlo de fronteiras em Portugal, até serem conhecidas mais informações”, alerta o INSA.