«Não podem ser mais tolerados atos de indisciplina graves [por parte da Polícia Municipal de Oeiras] como os que se têm verificado nos últimos meses». Estas foram as palavras que marcaram o discurso do presidente da Câmara de Oeiras durante a celebração do 20.º aniversário da Polícia Municipal deste concelho, na passada terça-feira. Numa crítica acérrima a esta força policial, Isaltino de Morais revelou ter recebido no último ano «mais reclamações do que possivelmente em todos os anos anteriores» de cidadãos que enfrentaram «situações de arrogância» por parte desta Polícia.
«Mas o problema não é esse. Houve situações de confronto com o próprio presidente da Câmara e com os vereadores», denunciou, acusando ainda a Polícia Municipal de «tiques autoritários».
O autarca lembrou que o processo de criação das polícias municipais foi «uma luta tremenda» e, por essa razão, lamenta que «a boa imagem da Polícia Municipal se estrague por minudências de arrogância pessoal».
«A continuar assim nós só temos uma solução: é extinguir a Polícia Municipal», ameaçou.
Apesar de reconhecer que existiram circunstâncias de instabilidade, como o facto de em quatro anos ter havido quatro diretores diferentes, «o que gerou algum vazio» no seio desta Polícia, Isaltino de Morais salientou que «os agentes da Polícia Municipal são funcionários da Câmara» e que, por essa razão, devem obedecer a uma «hierarquia que termina no presidente da Câmara».
Neste sentido, anunciou a sua intenção de, no princípio do próximo ano, em janeiro, reunir com toda a Polícia Municipal para «clarificar prioridades» e proceder às «transformações e aos procedimentos disciplinares adequados» para que situações como as que descreveu não voltem a repetir-se.