Os partidos mais esquerdistas com assento parlamentar, PCP e BE, bem se esforçam por fazer acreditar ser o PS o culpado do fim da Geringonça, por não querer fazer políticas de esquerda (com excepção do ar risonho, embora amarelado, com que o diz a dirigente do BE, Catarina Martins).
No entanto, pelas suas declarações, embora se perceba que rejeitem alianças à Direita, parece terem designado o PS como grande inimigo, e nada fazem para restabelecer o agora dificílimo entendimento à esquerda. Tudo parecem fazer antes para ajudar o voto útil na esquerda ao PS, já que o PCP e o BE se mostram incapazes de contribuir para um Executivo mais à esquerda.
E pelo mesmo caminho vai a Intersindical, cada vez mais claramente afecta ao PCP, a avaliar pela manifestação do passado dia 21, domingo, em que na Avenida da Liberdade teve menos gente do que anunciara – apesar do apoio claro dos 2 partidos, PCP e BE, e de o PS também ter ali sido eleito como inimigo principal (vejam-se, além dos discursos, as palavras de ordem). Tudo indica que Marques Mendes também tem razão, ao dizer que foi o grupo sindical do PCP que se opôs a que este partido viabilizasse o OE.