“Linhas Vermelhas”: identificados 49 casos de infeção com variante Omicron

Tanto os internamentos como a mortalidade estão atualmente num nível elevado e com tendência a crescer ainda mais, indica o documento. Portugal poderá ultrapassar nos “próximos dias” o limiar dos 480 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. 

A pandemia em Portugal está a crescer numa "intensidade elevada, com tendência fortemente crescente a nível nacional". Caso o país mantenha esta taxa de crescimento "estima-se que o limiar de 480 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado nos próximos dias (menos de sete dias)". 

Estes são alguns dos dados apresentados no relatório das "Linhas Vermelhas", divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA). 

Segundo as duas entidades, "o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2, por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 466 casos" e demonstra uma "tendência fortemente crescente a nível nacional". Note-se que quanto ao grupo etário dos 65 ou mais anos, "o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2, por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 262 casos, com tendência estável a nível nacional". 

Relativamente ao índice de transmissibilidade (RT), o relatório aponta um "valor igual ou superior a 1", assinalando "uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,11) e em todas as regiões, à exceção da região Alentejo". 

Tanto os internamentos como a mortalidade estão atualmente num nível elevado e com tendência a crescer ainda mais, indica o documento. Em relação ao número de pessoas internadas nas Unidades de Cuidados Intensivos, no continente a tendência parece continuar a subir, "correspondendo a 56% (na semana anterior foi de 50%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas". 

Com estes parâmetros já a atingir grandes valores e graves previsões, "a emergência de uma nova variante de preocupação (Omicron) e o aproximar da época festiva" acarreta uma "necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e do controlo de fronteiras em Portugal, até serem conhecidas mais informações", frisaram a DGS e a INSA. 

Ainda assim, a variante Delta (B.1.617.2) continua a ser a mais "dominante em todas as regiões", refere o relatório, "com uma frequência relativa de aproximadamente 100% (em atualização) dos casos avaliados na semana 47/2021 (22 a 28 de novembro) em Portugal".

Já a variante Ómicron está "em evolução e investigação", sendo que estão já "identificados um total de 49 casos associados" a esta. O valor "inclui os casos com sequenciação do genoma viral, bem como os casos nos quais foram identificadas mutações específicas fortemente preditores da variante Omicron".

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