Uma criança, de apenas oito anos, morreu devido à covid-19 no Brasil. Agora, a mãe, Valkíria dos Santos, apela à vacinação das crianças.
Em declarações ao site G1, a mulher explicou que a filha, que não tinha outras doenças, esteve internada nos Cuidados Intensivos entre 11 de novembro e 12 de dezembro, dia em que morreu. Valkíria acredita que se a menina estivesse vacinada, o desfecho poderia ter sido diferente.
“Eu creio que, se ela tivesse tomado [a vacina], poderia ter pego o vírus, mas não desse jeito. Seria fraco, e não tão agressivo do jeito que foi. Tem que autorizar essas vacinas para as crianças”, disse a mulher, que vive em Guarujá, no litoral de São Paulo.
“A única coisa que ela tinha era rinite alérgica. Ela era gordinha, mas era uma criança saudável, não tinha diabetes, não tinha colesterol, brincava normal, estava indo à escola. Eles falaram 'mãe, devido a ela ser gordinha, pode ter sido um fator que contribuiu para ela não conseguir a cura'”, explicou.
A família acredita que a menina terá contraído o vírus na escola, uma vez que todos os familiares já estão vacinados contra a covid-19, alguns com a dose de reforço.
“Por que aconteceu com a minha filha? Ela era muito cuidadosa. Creio que, se estivesse vacinada [seria diferente]. As crianças precisam, acham que não pegam, mas elas pegam, sim (…) Ela tinha medo, era muito cuidadosa, a mais cuidadosa da casa. Tinha uma bolsinha só com a máscara, álcool em gel, lavava a mão, chegava da escola e tomava banho, às vezes eu queria dar uma caminhada, e ela falava para colocar a máscara. Não era aquela criança que não queria usar (…) Ela era bem calma, não se desesperou, mas Deus quis levar ela, meu anjinho", lamentou.
A mulher, que reforça que as medidas para conter a pandemia continuam a ser importantes, explicou que a filha não teve muitos sintomas, além de febre, e que o primeiro diagnóstico foi dengue.
“Ela não queria comer, teve febre, levei ela no médico, na pediatria infantil do São João, e ele falou que era dengue. Fizemos todos os cuidados, repouso, mas até aí, crente que era dengue. Ela ficou com uma tosse muito estranha, levei ela no médico, que falou que poderia ser suspeita de covid-19”, explicou, referindo que a confirmação de que se tratava de covid-19 chegou logo depois e que os pulmões da menina estavam muito “congestionados”.
“Eu peço para os pais tomarem cuidado com as crianças, os que pensam que [a doença] é fraquinha. Eu também pensava, os sintomas nem apareceram, e quando fui ver, já tinha tomado conta dela. Eu não demorei para correr com a minha filha para o hospital, fui na hora certa, e o médico falou isso. Só que foi tão traiçoeira, foi muito rápido. Fiquem em cima das vacinas. Se funcionou para nós, vai funcionar para as crianças também”, apelou.
Sublinhe-se que, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na quinta-feira, a vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos contra a covid-19. Contudo, não há previsão de quando este processo poderá arrancar no país, uma vez que é necessária a compra de doses pediátricas.