A covid-19 obrigou as escolas e as universidades nos vários cantos do mundo a fechar indeterminadamente, mas quando a pandemia melhorou, a vida dos professores e alunos voltou ao "novo normal", com aulas em regime presencial.
Tudo indicava que seria um retorno sem grandes perturbações, quando o professor de Física de uma das mais antigas universidades de Nova Iorque, nos Estados Unidos, foi recebido com algum correio e uma caixa de cartão sem qualquer identificação.
Vinod Menon pensou que seria uma lembrança enviada por um antigo aluno, mas quando abriu a caixa, foi surpreendido com notas de 50 e 100 dólares, o que correspondia a um total de 180 mil dólares que estavam no interior daquela caixa.
"Nunca vi este tipo de dinheiro na vida real sob a forma de notas", contou o professor à CNN. "Nunca vi exceto em filmes, e por isso, sim, fiquei chocado e simplesmente não sabia como reagir", admitiu Menon.
Dentro do grande pacote, havia uma carta não assinada, que explicava que aquele montante de dinheiro provinha de doador que se formou há vários anos na universidade The City College of New York (CCNY), com uma dupla licenciatura em Física e Matemática e que ainda obteve naquela universidade um mestrado em Física e prosseguiu para obter um duplo doutoramento em Física e Astronomia.
"Assumindo que estás um pouco curioso sobre a razão pela qual estou a fazer isto, a razão é simples: a excelente oportunidade educacional de que disponho – que aproveitei ao máximo na CCNY – deu-me a base para continuar a desenvolver", dizia na carta, que também apontava que o seu doador tinha tido "uma carreira científica longa, produtiva e imensamente gratificante".
A caixa com dinheiro pesava mais de dois quilogramas e custou 90,80 dólares para enviar por correio prioritário a partir do condado de Pensacola, no estado da Florida. Chegou à CCNY em 12 de novembro de 2020, muito tempo depois de a universidade ter passado para o ensino à distância em março de 2020, esclareceu a CNN.
O professor ia regularmente ao seu laboratório durante a pandemia, mas não ao edifício de ciências onde leciona.
"Ver o dinheiro foi um choque. A carta deixou-me realmente orgulhoso e feliz por pertencer a esta instituição, o que realmente fez a diferença na vida daquela pessoa", frisou Menon, ao revelar ainda que a carta pedia que o dinheiro fosse utilizado para ajudar os estudantes de licenciatura e de mestrado em física e matemática, que precisam de apoio financeiro para continuar os estudos.
O professor ligou ao reitor da área das ciências, que necessitou de contactar a polícia para perceber se podiam ficar com a oferta, uma vez que podia tratar-se de alguma troca vinda de alguma atividade criminosa. O sistema de segurança da universidade, a polícia norte-americana e ainda a FBI – a autoridade judiciária daquele país – determinaram que o dinheiro estava limpo.
Ainda assim, a morada do pacote não foi suficiente para descobrir a identidade do doador, sem ter sido possível encontrar o seu nome nos registos de ex-alunos da CCNY.
De acordo com a CNN, apenas a 13 de dezembro foi aprovado em conselho de administração o uso do dinheiro. Agora, Menon quer cumprir com o desejo do misterioso doador ao pagar duas bolsas de estudos completas todos os anos letivos, pelo que a doação daria para uma década de pagamentos. A propina nesta universidade, segundo a fonte norte-americana, ronda os 7.500 dólares por ano (6.629 euros).
Segundo o professor, ainda estão a ser analisados certos detalhes para a criação da bolsa de estudo, ainda assim os primeiros estudantes a serem beneficiados com este apoio financeiro poderão recebê-lo logo no semestre de outono em 2022.