Portugal registou esta terça-feira o maior número de novos casos de infeção por coronavírus desde o início da pandemia: 17.172. Contudo, Marta Temido avisa que o pior ainda está por vir.
Em declarações à SIC Notícias, a ministra da Saúde adiantou que na primeira semana de janeiro o país deverá atingir os 37 mil casos diários, sendo que os números hoje alcançados estão "em linha com as estimativas" feitas pelos especialistas, embora "estejamos com uma ligeira aceleração", uma vez que os 17 mil casos eram esperados no dia 29 e foi atingido ontem, dia 27.
"De acordo com esses modelos, devemos atingir os 37 mil casos na primeira semana de janeiro", frisou a governante. "Estamos perante aquilo que tínhamos referido que era o impacto previsível desta variante Ómicron, com um arranha-céus de casos, como têm enfrentado outros sistemas de saúde – de Inglaterra, Dinamarca e outros", referiu ainda Marta Temido.
Questionada sobre se o sistema de saúde português tem capacidade para aguentar com a pressão, a ministra responde: "Estamos a trabalhar para isso", sublinhando que a maior pressão, neste momento, "está ainda na utilização de instrumentos como a Linha de Saúde 24, como o rastreio de contactos, como os dispositivos de testes, e não tanto [ao nível dos] internamentos e dos internamentos em unidades de cuidados intensivos".
Marta Temido sublinhou ainda que "todos os sistemas de saúde estão sob uma pressão brutal" e que "o nosso não é exceção", referindo-se especificamente aos testes, às linhas de aconselhamento e os rastreios.
Assim, a responsável concluiu deixando uma "palavra de reforço da nossa confiança para todos os que estão a trabalhar" e uma "palavra de apelo à utilização com adequação e necessária paciência a todos os que precisam de utilizar estes instrumentos".