Um acordo confidencial de 2009 estabelecido entre Jeffrey Esptein e uma alegada vítima do príncipe André de Inglaterra, que terá sido abusada sexualmente por este, foi tornado público na segunda-feira. O documento revelou que Virginia Giuffre, traficada por Epstein quando era jovem, terá recebido 500 mil dólares (cerca de 420 mil euros) para desistir do caso e para não contactar ninguém relacionado com o mesmo.
Giuffre acusou Epstein e sua namorada Ghislaine Maxwell – recentemente condenada por tráfico de menores – de, aos 17 anos, a terem forçado a ter relações sexuais com o príncipe André. Contudo, após consentir ao acordo, mantém o processo contra o filho de Isabel II.
As acusações contra o duque de Iorque foram apresentadas a 9 de agosto junto da justiça norte-americana.
“Exijo que o príncipe André responda pelo que fez comigo”, disse Giuffre na altura. “Os poderosos e ricos não estão isentos de serem responsabilizados pelas suas ações”, acrescentou.
A vítima, hoje com 38 anos, pede uma indenização por abuso sexual.
O príncipe André, de 61 anos, garante que é inocente e a defesa tem tentado usar o acordo, no qual o nome do duque não consta, para que o caso seja arquivado.
Segundo os advogados, o pacto também protege o filho de Isabel II, uma vez que uma das exigências para o pagamento da quantia acordada era não dar entrada com ações judiciais não só contra o milionário falecido, mas também contra outras figuras a quem este estivesse associado.
No entanto, a defesa de Giuffre alega que essa proteção se limita àqueles que estão vinculados ao processo de Epstein seguido no Estado da Flórida, e que, por essa razão, o príncipe André não está protegido pelo acordo, uma vez que a acusação deu entrada num tribunal do Estado de Nova Iorque.