Os Estados Unidos bateram o recorde mundial de casos diários de infeção de covid-19 depois de, esta segunda-feira, terem registado mais de um milhão de testes positivos, aproximadamente o dobro do anterior recorde, cerca 590 mil casos, observado na semana passada.
Contudo, as autoridades acreditam que este número pode ser ainda maior, uma vez que muitos americanos estão a realizar testes rápidos feitos em casa e não estão a reportar os resultados às autoridades, o que leva a crer que “este novo recorde é significativamente ‘subestimado’”, escreve o Guardian, acrescentando que o atraso nas entregas dos diagnósticos contribuiu para o aumento das infeções durante as festividades de final de ano.
Segundo as projeções do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde, da Universidade de Washington, esta quarta-feira, era suposto terem sido registados cerca de 1,8 milhões de casos, mas, mesmo com este recorde, os Estados Unidos ainda estão longe de chegar ao pico da pandemia, que deverá acontecer no dia 28 de janeiro, com cerca de 2,8 milhões de casos.
O principal conselheiro da Casa Branca para a saúde, Anthony Fauci, disse, no domingo, que o aumento do número de casos de covid-19 nos Estados Unidos segue uma curva “quase vertical”.
“Definitivamente, estamos no meio de um severo aumento de casos e um surto preocupante”, alertou o especialista. “A aceleração dos casos que estamos a observar é sem precedentes e está a ir muito além de tudo o que já vimos antes.”
Reagir ao vírus Face a este preocupante aumento de casos, provocado pela disseminação da variante Omicron, boa parte das empresas privadas decretou que os seus funcionários passassem a trabalhar à distância, pelo menos durante esta primeira semana do ano, e centenas de escolas nos Estados Unidos vão adiar o regresso às aulas, algumas adotando novamente o sistema de telescola.
Um dos locais mais afetados pelo forte aumento de contágios é Nova Iorque, estado que está a levar muitas empresas a regressar ao teletrabalho, que tinham abandonado em 2021 ou esperavam fazê-lo em 2022.
No entanto, as escolas da cidade de Nova Iorque optaram por reabrir na mesma, adotando um maior sistema de testagem para os seus cerca de um milhão de estudantes. Em vez de uma turma inteira ser colocada em quarentena caso um dos estudantes teste positivo, serão entregues a cada aluno testes rápidos para utilizar nos próximos sete dias.
Todas as “ajudas” para diminuir o número de casos no país com mais infeções do mundo é bem-vinda, especialmente numa altura em que em estados como Maryland, Ohio, Delaware ou Washington D.C., lançam alertas, uma vez que a taxa de hospitalização esta a superar os recordes anteriormente registados.
Índia também ultrapassa recorde Quem também está a enfrentar grandes dificuldades a conter o avanço da variante Omicron é a Índia, o segundo país com mais infetados do mundo, após registar 37379 novos casos, o mais alto desde setembro do ano passado.
Face a esta realidade, o governo do país decidiu voltar a encerrar as suas escolas e as autoridades de saúde começaram a inocular jovens entre os 15 e os 18 anos contra a covid-19.