Alojamento local com 40% das reservas canceladas no Natal e Ano Novo

Meses de janeiro e fevereiro têm poucas reservas, alerta ALEP.

O alojamento local não tem dúvidas que dezembro “voltou a ser um mês dramático em termos de cancelamentos”. A garantia é dada pela Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), que fez as contas: “Em alguns dos principais destinos como Lisboa, Porto e Madeira, em média, 1/3 das reservas foram canceladas em dezembro”.

E acrescenta: “Se se tiver em conta apenas o período mais importante (Natal e Ano Novo), o impacto foi ainda mais duro, chegando a atingir os 40% das reservas”.

Mas, diz a associação, o problema não são só os cancelamentos e a situação torna-se mais preocupante uma vez que “as reservas registam também um abrandamento muito significativo, com a maioria dos alojamentos com os calendários de janeiro e fevereiro quase vazios”.

Não questionado “o mérito das medidas de restrição, pois é uma decisão que cabe às autoridades competentes” a ALEP diz ser “inegável que este período de retrocesso da crise pandémica gerou um forte impacto económico e que a expectativa para este inverno é muito negativa para o setor”.

Com o Natal e Ano Novo, tradicionalmente conhecidos como “balão de oxigénio” estragados, a ALEP diz que não há outra solução senão o reforço dos apoios, para que os espaços possam chegar à primavera, altura em que se espera que “finalmente a retoma reinicie com alguma estabilidade”.

“Sabemos agora que com a vacinação estamos quase a ver uma luz no fundo do túnel de regresso a alguma normalidade a seguir à primavera, mas o “quase” agora é critico. Significa que os empresários têm que resistir até lá, só que depois de 2 anos em crise profunda muitos não vão conseguir sobreviver estes próximos meses sem apoio”, alerta Eduardo Miranda, Presidente da ALEP.

Nesse sentido, a associação apela a que, nesta fase de eleição e transição política, as atividades mais afetadas “não sejam deixadas à sua sorte, sem apoios nesta reta final de crise”. E defende que é preciso reforçar os instrumentos que já estão em funcionamento. “Pedir aos operadores, depois de 2 anos ou mais de crise profunda, que comecem a pagar os empréstimos mesmo antes da temporada de verão será inviável e vamos ter outro problema de tesouraria”, diz ainda Eduardo Miranda.