O principal problema da Covid-19 (a tal pandemia que se pode transformar em endemia, embora ainda esteja em epidemia muito infecciosa) é o desentendimento entre os especialistas, por um lado, e os políticos, por outro lado. Pode-se dizer que a importância de entrarem os políticos, é sobretudo quando os técnicos-especialistas não se entendem.
Claro que os políticos se devem manter unidos, e suponho haver vantagens em tomar medidas europeias (apesar de demorarem mais). Cheguei a pensar que tínhamos sorte em levar com esta pandemia já sem Passos Coelho, e antes com Costa e Marcelo. Claro que a defesa da saúde pública é um dado importante, esperando-se que os políticos não hesitem quanto a isso, mesmo em risco de perderem eleições. Se não for assim, é porque não servem. Espera-se deles fundamentalmente uma grande sensatez, depois de ouvidos os especialistas muito divididos.
Que o Dr. Carmo Gomes não tem razão, é fácil constatar. Uma sobrinha minha testou 2 vezes positivo num curto espaço de tempo, seguramente inferior aos 6 meses de que falam como garantia de imunidade. Também vacinações, que rondam os 80 e tal por cento por cá, não trazem imunidade. E agora querem que os infectados e assintomáticos não estejam confinados, sem nos informarem, com total segurança, que não infectam outras pessoas, e que portanto nunca deviam ter estado confinados. Definitivamente, genericamente, os cientistas são piores comunicadores do que de uma maneira geral os políticos.
Outro mal é conhecer-se mal a doença. E não sabermos o que trará a seguir. Entretanto, esperam-se novas decisões do Conselho de Ministros hoje, depois de ouvidos ontem os especialistas pelos políticos.
O pior são os que acham saber muito, por andarem mal informados, que é o que acontece quase sempre quando se acha saber muito.