Susana Sousa, de 41 anos, foi brutalmente agredida, com um machado, pelo ex-companheiro, Igor Nave, na madrugada desta quinta-feira. O homem de 25 anos invadiu a casa da mesma, no bairro das Nogueiras, na vila de Teixoso, no concelho da Covilhã, e colocou-se em fuga no carro da vítima depois de ter cometido o crime. O filho de Susana, de apenas 17 anos e que padece de problemas cognitivos, assistiu à tentativa de homicídio da mãe, sendo que tem mais um irmão e duas irmãs – também menores de idade – que não se encontravam na habitação por estarem em casa dos pais.
Agora, Susana – que será submetida a uma intervenção cirúrgica esta noite – luta pela vida no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, sendo que terá passado três horas numa ambulância até o seu transporte para aquela unidade ser dado por concluído.
O alerta foi dado pelas 00h30 e o agressor esteve a monte até à tarde de hoje. A detenção do jovem foi anunciada por uma amiga da vítima de violência doméstica que partilhou a seguinte mensagem no Facebook: "Susana. Estou a lutar, pelo menos, para se fazer justiça! Nem que só tenha os teus pais e quem te ama a dar-te força! Mana, estou a lixar-me para a opinião alheia! Está muita gente do teu lado e uns quantos a pensar que não pode ser! Mas é. Infelizmente, não consigo aceitar! E não vou aceitar! E tu estás a aguentar-te… és uma guerreira!!! Portugal está contigo!! E sobretudo: Deus está a teu lado a acompanhar os médicos neste momento! Não vou parar!!! Não vou!".
A amiga de Susana esteve em contacto com a ativista dos direitos humanos Francisca de Magalhães Barros e, apesar de ter falado com dificuldade e entre lágrimas, deixou claro que já tinham sido apresentadas queixas por violência doméstica contra Igor.
"A criança presenciou esta brutalidade e precisa de apoio psicológico imediato. Esta situação é tão triste e preocupante: as mulheres e crianças continuam a ser um alvo a abater em 2022 e não vejo nenhuma medida, que as proteja destes agressores e potenciais assassinos, a ser efetivamente tomada", sublinha, em declarações ao Nascer do SOL, a ativista que é igualmente pintora e cronista. "Quantas mais precisam de morrer? A nossa justiça é uma vergonha e lástima absoluta!".
Segundo o Código Penal, a moldura penal prevista para o crime de homicídio tentado pode ir de 3 anos, 1 mês e 18 dias a 22 anos, 2 meses e 20 dias de prisão.