O Presidente do Benfica, Rui Costa, deu, esta quarta-feira, uma entrevista ao canal do clube, e acabou por falar no processo ‘Cartão Vermelho’ e nas escutas que têm vindo a público.
O dirigente começou por lamentar “a feira mediática” em torno do caso, que considera estar a prejudicar o Benfica, e o facto de ver o seu nome associado ao mesmo, garantindo que está de “consciência tranquila”.
“Dizer que me parece extremamente exagerado a feira mediática à volta deste processo. Escutas? A maioria delas nada a ver com o processo em si. Enquanto presidente do Benfica, todos nós queremos que o processo seja o mais célere possível, que se resolva rapidamente. Que sejam apuradas todas as consequências e resultados deste processo até para que nós possamos olhar para a frente e não olhar para trás”, disse Rui Costa, na entrevista transmitida na BTV.
“Não me parece correto que tantas escutas sejam colocadas cá fora. Não sei quem beneficia disso, a não ser que seja para preencher páginas. O Benfica é tremendamente prejudicado. Para mim a preocupação é poder olhar para o futuro do Benfica e não ser notícia o que é em segredo de justiça. O pedido que faço é que a Justiça seja mais célere”, acrescentou ainda.
Sobre o facto de ver o seu nome envolvido nas notícias, Rui Costa foi claro: “Em primeiro lugar ainda ninguém foi acusado de nada. Em relação à minha pessoa, estive, estou e estarei sempre de consciência tranquila. Nunca ninguém viu nada do meu nome relacionado com a justiça. Custa-me recordar, não gosto de o fazer, porque tudo o que fiz foi por amor. O Benfica não me deve nada, mas custa-me estar, de cada vez que o processo vem à baila, explicar o meu passado. Não falo do passado recente, falo desde os meus 9 anos. Percebo que haja muita gente que não se lembre de 1993 e do verão quente”, sublinhou.
“Todos os contratos que assinei enquanto dirigente vieram a público agora, e é público que tinha prémios por ser campeão, com valores muito altos envolvidos. Desde que aqui cheguei como direto foi seis vezes campeão nacional e, no entanto, não aceitei dinheiro nenhum (…) Os adeptos dizem que ‘temos de ter Benfica’ e acho que essa prova já dei. As assinaturas eu faço-as como administrador, como qualquer administrador faria. Isso não significa um conluio ou que soubesse de qualquer coisa que fosse. Tinha de ser uma pessoa muito burra que não só abdicaria de dividendos financeiros para ajudar no que quer que fosse. É pouco claro na minha cabeça que tenham essa ideia de mim. Tenho a consciência tranquila. Que sentido faria em vez de sair e estar escondido num canto à espera que o navio passasse, estar como presidente? Sabia que o escrutínio seria muito maior”, defendeu, mostrando-se sempre “disponível” para esclarecer o que for necessário.
“Estarei sempre disponível para esclarecer tudo o que for preciso, tal como o Benfica sempre esteve disponível para falar com a Polícia Judiciária. Se há coisa que não posso suportar é que alguém pense que estou envolvido nisto”, indicou.
Rui Costa acabou por criticar a comunicação social e considera que o clube da Luz está a ser alvo de um “ataque.”
“Temos assistido a uma feira à volta do Benfica. Sabemos da nossa grandeza, da nossa importância para as audiências, mas não considero que está a ser correto o que está a acontecer. O Benfica está a ser alvo de um ataque que vai para além das audiências. Não pretendo que a imprensa esconda os nossos problemas, mas que seja parcial”, considerou.
Já sobre o empresário John Textor, o presidente do Benfica admitiu que voltou a haver uma reunião com o norte-americano.
“Temos tido conversas com John Textor. Esta semana dois vice-presidentes tiveram mais uma reunião com John Textor, temos vindo a analisar se é ou não oportuno e o que pode aportar ao Benfica. Não fazemos nada de forma leviana e não queremos precipitar-nos. O que posso esclarecer e garantir aos sócios é que discutiremos com vários investidores sempre com a premissa de que o clube não perderá a maioria do capital da SAD. O Benfica será sempre dos benfiquistas”, garantiu.