A alegada falta de condições para tratar dos doentes e a sobrecarga de trabalho levaram, esta terça-feira, doze chefes de equipa das urgências do hospital de Beja a apresentar a demissão.
Segundo a agência Lusa, que cita o pedido de demissão dos 12 chefes de equipa de Medicina Interna, em causa está o facto de as “condições atuais” não permitirem “assegurar cuidados aos doentes com a qualidade e segurança devidas” no Serviço de Urgência do hospital de Beja, que é gerido pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).
Assim, foi apresentada a demissão dos cargos “até que seja feita uma reavaliação da situação”, com “resolução da carência de recursos humanos médicos e reapreciação das competências dos chefes de equipa”.
Os especialistas destacam ainda que a decisão foi tomada “em virtude de uma situação 'arrastada' de declínio das condições de trabalho e de organização” das urgências. Uma situação, dizem, para a qual foi pedida a atenção do conselho de administração da ULSBA “por inúmeras vezes, sem qualquer resposta efetiva”.
Desta forma, os médicos consideram “aceitável um prazo de duas semanas para agendamento de uma reunião entre os elementos interessados”. Na ausência de resposta, dizem estar “previstas medidas adicionais”.
A agência Lusa escreve ainda que estes 12 médicos já pediram escusa de responsabilidade civil, juntamente com mais quatro médicos especialistas daquele hospital.
O documento, assinado pelos 12 chefes de equipa,e subscrito por outros seis médicos do hospital, foi enviado à presidente do conselho de administração, Conceição Margalha, ao diretor clínico de Cuidados Hospitalares, José Aníbal Soares, e ao diretor do Serviço de Medicina Interna, José Vaz.