Um mural de Banksy pulverizado na parede de uma loja de produtos elétricos na cidade costeira de Lowestoft, Suffolk, na região de East Anglia, na Inglaterra, no verão passado, foi demolido sem a menor cerimónia, pelos próprios proprietários e acredita-se que tenha sido vendido a um comprador privado.
O mural, que mostrava uma criança pequena a usar um grande chapéu e manobrando um pé de cabra com as duas mãos, originalmente “construindo” um castelo de areia real, poderia ter sido o centro de apenas mais uma história típica do artista de rua, cujas obras chegam a preços milionários nos leilões. Contudo, já tem causado discórdia entre alguns dos 70 mil habitantes desta cidade, no leste de Inglaterra. Porquê?
O dono da loja onde se encontrava gravada a obra de arte, percebeu rapidamente o que poderia significar ter um Banksy e não pensou duas vezes, arrancando a parede da fachada da loja e mantendo-a num local seguro. Agora, o graffiti que poderia ter sido leiloado, trazendo vantagens turísticas para a cidade, desapareceu.
Conforme publicado na LadBible, os donos da loja poderiam ter vendido o mural por cerca de dois milhões de libras, cerca de 2,4 milhões de euros.
A notícia não agradou aos moradores de Lowestoft.
“Lowestoft recebeu um presente de Banksy, uma oportunidade de ouro para trazer milhares de turistas para a cidade e ajudar a economia local. É uma oportunidade perdida”, disse o negociante de arte de Essex, John Brandler, dono de várias obras de Banksy, à BBC .
O trabalho havia sido consignado aos leilões de Julien na Califórnia no outono passado, com uma estimativa de 200 mil euros a 400 mil. Contudo, de acordo com Darren Julien, presidente da casa de leilões, “o vendedor rescindiu o contrato na semana passada depois de vender a obra de forma privada por um preço não revelado”.
“Acho que teria sido vendido por vários milhões de dólares”, disse Julien ao The Art Newspaper, acrescentando que o vendedor foi “inculto quanto ao processo de leilão”. Julien sublinhou ainda que, enquanto o vendedor estava sob contrato com a casa de leilões, “havia muitas bandeiras vermelhas” e “não vale a pena trabalhar com alguém que não é confiável”.